A Caixa Econômica Federal estaria trabalhando em um projeto que brevemente deverá conceder aos usuários que recebem o Bolsa Família, a oportunidade de terem direito a um empréstimo de até R$ 1.000. A execução e a viabilidade do projeto estaria sendo avaliada pelo Ministério da Economia junto ao Ministério da Cidadania. Os detalhes foram revelados com exclusividade na manhã deste sábado em reportagem do repórter Antônio Temóteo, do portal Uol.
Conforme a reportagem, a ideia do emprestimo teria partido do presidente da Caixa, Pedro Guimarães. Pedro já antecipou na última semana que quer tornar o Caixa Tem uma espécie de banco digital, como o Inter e o Nubank, e uma das suas novas funcionalidades, seria oferecer a linha de microcrédito aos usuários. O Caixa Tem é hoje o aplicativo utilizado pelos beneficiários do Auxílio Emergencial.
Ainda não há muitos detalhes sobre como o dinheiro será liberado, quem poderá ter direito a receber e de onde vai sair os valores para o investimento. Sabe-se que os limites serão em torno de R$ 500 a R$ 1.000.”Se o governo optar por direcionar recursos do orçamento para o programa, a ideia é que um fundo seja estruturado nos moldes do que foi criado para o Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte). A equipe econômica ainda avalia se o risco de crédito das operações será 100% do fundo ou se será dividido com a Caixa”, afirma a reportagem do Uol. O investimento máximo para a execução da medida seria de R$ 2 bilhões.
Oferecer linha de crédito para quem já tem o Bolsa Família pode até parecer algo bom a curto prazo. Mas num contexto econômico, liberar crédito muito fácil para pessoas que tenham pouco ou nenhuma condição de quitar débitos, poderia gerar um efeito consumista desnecessário. “técnicos da equipe econômica têm alertado ao ministro da Cidadania, Onyx Lorezoni, gestor do Bolsa Família, que a medida precisa ser pensada com muito cuidado para que o microcrédito não se torne algo que levará apenas ao consumo imediato, sem o uso consciente dos valores”.
“Se todos os beneficiários do Bolsa Família receberem esse crédito automaticamente, sem ter acesso aos cursos de educação financeira e aos conceitos do microcrédito, isso se torna um crédito direto ao consumidor. E isso leva a uma inadimplência maior. Essa é uma modalidade de crédito consciente”, disse Pedro Guimarães em reportagem do Uol.