Região Central: Mais um capítulo da chacina em Ibaretama que deixou sete pessoas mortas, entre elas uma criança, vem à tona: uma vereadora eleita da cidade, um irmão dela e um enteado, foram apontados no inquérito da Polícia Civil aberto para investigar o crime, como “colaboradores” da ação criminosa. O inquérito é assinado pelo delegado Ícaro Gomes Coelho e os detalhes do documento foram revelados na edição desta terça-feira (15) do jornal Diário do Nordeste.
Edvanda de Azevedo, o irmão Edvan Lopes dos Santos Azevedo e o enteado Josenias Paiva de Andrade Lima teriam sido acusados formalmente pela Polícia Civil como partícipes da ação criminosa. O nome da vereadora e dos demais parentes surge semanas após algumas semanas da prisão de dois filhos dela: Francisco Victor Azevedo Lima e Kelvin Azevedo Lima.
No último dia 28 de novembro, o Portal Revista Central divulgou que Victor e Kelvin tinham sido presos na tarde da sexta-feira anterior. Na época, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS-CE) lançou nota onde informou que os dois são suspeitos de apontarem o local onde as vítimas estavam, além de fornecerem alimentação, abrigo e internet para os executores. A casa utilizada como base para o grupo foi encontrada pelos policiais civis durante as diligências.
O Jornal O Povo divulgou no último dia 2 de dezembro que a matança em Ibaretama teria ocorrido por uma disputa de facções criminosas pelo território do tráfico. As vítimas teriam ligação com a facção Guardiões Do Estado (GDE) e os executores seriam ligados ao Comando Vermelho (CV). Na matéria desta terça do Diário do Nordeste um novo fato é revelado: a vereadora Edvanda de Azevedo sabia da chegada do grupo do CV na cidade para executar a família, e teria dado cobertura.
“O relatório complementar de inquérito aponta que a família de Edivanda foi vítima de roubos em sua casa por membros da GDE. Eles teriam levado motocicletas, celulares e computadores de uma associação à qual a parlamentar integra, tudo isso sob violência e ameaça”, diz um trecho da reportagem do Diário. Quando soube da chegada do grupo, a parlamentar autorizou que os dois filhos conferisse o apoio necessário ao crime.
A acusação da Polícia Civil sobre a participação da família, foi evidenciada por troca de mensagens em telefones celulares e em redes sociais juntadas aos autos do inquérito. O Diário do Nordeste afirmou que tentou ouvir a defesa da vereadora, mas os telefones e as tentativas de falar com alguém, não tiveram sucesso.