O Ceará ultrapassou nesta quinta-feira (5) a marca de 3.500 assassinatos, são os Crimes Violentos, Letais e Intencionais (CVLIs). O número representa um aumento exponencial da violência armada no estado. Durante todo o ano de 2019 esse número chegou a 2.396. A projeção estatística revela que 2020 pode terminar com cerca de quatro mil pessoas assassinadas no Ceará.
Diversos fatores se juntaram para o crescimento da violência armada e, consequentemente, dos homicídios no Ceará neste ano. O principal deles foi a deflagração de uma greve que teria se transformado em motim de policiais militares, no mês de fevereiro último, incluindo o período de Carnaval.
Naquele mês, a violência “explodiu” no estado e mais de 400 pessoas foram mortas. O mesmo patamar se repetiu em abril, já em período da pandemia do Covid-19, quando parte dos efetivos da Segurança Pública foi direcionada para ações de fiscalização ao cumprimento do isolamento social (lockdown).
Guerra nas ruas
Mas, a principal causa do aumento dos assassinatos no Ceará foi a “guerra” travada diariamente na Grande Fortaleza e em alguns Municípios do Interior entre grupos armados ligados às facções criminosas.
Diversos bairros de Fortaleza e cidades do eixo metropolitano registraram recorrentes embates entre facções. Nesses confrontos entre os grupos criminosos, com armas de grosso calibre e muita munição, dezenas de pessoas – a maioria jovem – acabaram mortas.
O retorno de líderes de facções ao Ceará, que haviam sido levados para presídios e penitenciárias federais de segurança máxima em outros estados, contribuiu para o agravamento da “guerra” entre quadrilhas e, em conseqüência, o aumento do número de CVLIs em todo o estado.
Por último, outro fator que contribuiu para o aumento da violência no estado foi o acirramento de ânimos na campanha eleitoral 2020, com agressões, atentados, ameaças e mortes.
Os números
Em 10 meses de 2020, foram registrados no Ceará 3.504 assassinatos, enquanto em igual período de 2019 esse patamar ficou em 1.967. Na comparação entre os períodos dos dois anos, o Ceará teve um aumento geral de 78,1 por cento no número de assassinatos.
Com informações do Cn7