Quixadá: O antigo Ginásio Valdemar de Alcântara, que se popularizou em Quixadá pela sigla GVA, deverá ser tombado. O início do processo de tombamento ocorreu nesta quinta-feira (5), por iniciativa da Diocese de Quixadá, proprietária do equipamento, através de um requerimento de tombamento voluntário encaminhado à Prefeitura de Quixadá. Agora o órgão religioso aguarda o retorno sobre o pedido.
O GVA integrava o Colégio que atualmente teve seu nome alterado para Colégio Diocesano Valdemar Alcântara (CDVA) após mudanças internas no seu sistema e método organizacional e pedagógico. Assim como o Centro Universitário Católica de Quixadá (Unicatólica), o CDVA passa a ser administrado também pela Diocese e se torna a segunda instituição educacional do município a elencar as empresas de competência da diocese.
Em comunicado lançado na quinta, o bispo de Quixadá Dom Ângelo Pignoli esclarece que atualmente tem se tornado mais difícil ter acesso a recursos que pudessem resguardar a estrutura do GVA pelo seu valor imaterial e histórico. “Sempre foi nosso desejo conservar e adequar os espaços ora pertencentes a Diocese de Quixadá, que foram doados ou construídos com tanto empenho e amor por pessoas. (…) Quando faço referência aos novos tempos, refiro-me também aos recursos financeiros que outrora se conseguiam com maior facilidade”, disse o religioso.
Ciente do problema em torno da questão financeira, que de maneira geral tem impactado todo o planeta em função de grandes reviravoltas causadas no cenário econômico nacional e internacional, Dom Ângelo usa seu texto para expressar sinceridade e comoção com as causas que impediram de adequar o GVA aos modos que ele merece, por seu valor histórico. “Mesmo assim sempre procuramos socorrer as urgências que se apresentavam para não deixar que as diversas instituições com vínculos diocesanos deixassem de prestar seus servuçis à sociedade e ao povo católico”.
Tendo atravessado sete décadas de existência, o Ginásio Valdemar de Alcântara sofreu as consequências do tempo. Parte de seu teto ficou comprometida em virtude dos ventos mais fortes comuns no período conhecido como B-R-O Bró (os meses de setembro, outubro e novembro) e também outra metade do telhado, a que fica anexa ao casarão, também apresentou problemas. Para reverter o cenário, dois engenheiros foram contratados pela Diocese para realizar um projeto de preservação do GVA e recuperar toda sua estrutura.
“No requerimento encaminhado à prefeitura, e da qual aguardamos resposta, manifestamos o firme empenho da reforma do mencionado espaço, encabeçado pela Diocese de Quixadá, mas com a participação da Prefeitura, sociedade civil, ex-alunos do GVA e CVA e toda pessoa de boa vontade”, escreve Dom Ângelo Pignoli.