Vereadores do município de Banabuiú anularam em sessão na última sexta-feira (25) a decisão da Câmara do início de 2019 que desaprovou a prestação de contas referente ao exercício de 2012, do ex-prefeito Veridiano Pereira de Sales. O pedido para nulidade da decisão foi impetrado pela defesa do ex-prefeito, que alegou haver erros no rito da sessão da Câmara à época da decisão.
Veridiano Sales conseguiu vitória na Câmara de Banabuiú após um desfecho promover uma reviravolta a seu favor: três parlamentares da então base aliada do prefeito de Banabuiú, Edinho Nobre, acompanharam a base de oposição na Câmara e votaram a favor da nulidade da sessão que tinha desaprovado suas contas. Foram eles: Eudinho Jerônimo, Geovane Dultra e Gilson Fernandes. Além do trio, acompanharam o voto Neto Rodrigues, Eneide Saraiva, e Irmão Lilita.
O Tribunal de Contas do Ceará (TCE) analisou e decidiu desaprovar as contas de Veridiano Sales referentes a 2012. O parecer da corte de contas cearense cabia recurso, mas conforme o processo, a defesa do ex-prefeito só tentou apresentar justificativa após o prazo ter sido encerrado. Com isso, o parecer do TCE foi para a Câmara de Banabuiú. Em sessão no dia 22 de fevereiro de 2019, a maioria dos vereadores resolveu acompanhar a decisão do Tribunal e desaprovou as contas de Veridiano.
Embora em 2019 tenha votado a favor pela desaprovação das prestação de contas do ex-prefeito, na sessão da última sexta o vereador Gilson Fernandes argumentou que na época, a votação aconteceu de maneira errada. “Vamos retroagir ao dia da votação: a vossa excelência (referindo-se ao vereador e presidente da Câmara, Thiago do Jiqui) lembra que eu falei que estava errado o processo, que era votação nominal? (…) Para mudar uma preposição da lei orgânica e do regimento interno tem que ser dois terços. Por isso eu voto para anular a sessão. Meu voto é para anular”, disse Gilson.
Veridiano Sales foi prefeito de Banabuiú entre os anos de 2008 a 2016 e tenta novamente chegar ao paço municipal este ano, contra o atual gestor Edinho Nobre. Ele é o principal nome de oposição da disputa política na cidade. A decisão do TCE votada pela Câmara faz Veridiano ficar com Ficha Suja por improbidade administrativa, fazendo ele perde os direitos políticos, ter que pagar multa e ficar impedido de se candidatar a qualquer cargo político por oito anos.
Com a sessão de sexta que anula a escolha da maioria pelo parecer do TCE, uma nova plenária deverá ser marcada para votar, novamente, o processo de desaprovação feito pelo Tribunal. Se a decisão dos vereadores for diferente do resultado da sessão em 2019, o candidato não terá mais a Ficha suja e, em tese, poderá ser candidato. Para isso acontecer Veridiano Sales precisa de dois terços dos votos da Câmara, ou seja, oito dois atuais 11 vereadores. O presidente da Câmara, Thiago do Jiqui, foi procurado para explicar quando a nova sessão será marcada. Thiago pediu para responder as perguntas por mensagem, mas até a publicação desta matéria ele ainda não havia mandado as respostas.