Produtores cearenses de cajú estimar amargar prejuízos na safra deste ano em função das chuvas prologandas do período. De acordo com a Empresa Brasileira de Produção Agropecuária (Embrapa) o início da colheita este ano deve ter umatraso de dois meses, porque as chuvas só cessaram por completo há pouco tempo.
A previsão dos prejuízos sustentada pelos produtores da fruta no estado, pode ser explicada por uma série de fatores. Um delas é que o pé do cajú só começa a dar frutos quando as chuvas param por completo. Embora para outros cultivos a chuva seja um fator generoso, em se tratado de cajú, quanto mais chove, mais o fruto demora para aparecer. E como as chuvas só terminaram há poucos dias, a colheita deve demorar.
“A produção vai começar a partir da segunda quinzena de setembro até o retorno das chuvas. Se for em dezembro, teremos um ciclo curto de produção e risco de queda na colheita neste ano”, disse em entrevista ao jornal Diário do Nordeste, o pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa em Agroindustria da Embrapa, Afrânio Montenegro.
O presidente da Associação dos Cajucultores do Ceará (Ascaju), Francisco José de Souza, acrescenta que, além do prolongamento das chuvas, a chegada de ventos fortes contribui para “uma maior dificuldade” na safra. No entanto, apesar destes fatores, ele se mostra otimista. As previsões da Ascaju vão além da estimativa do IBGE. “Havia uma expectativa melhor, mas mesmo assim acreditamos que teremos uma safra superior a da obtida em 2019”, disse.
De olho no que o prolongamento do período de chuvas pode trazer de consequências, o Grupo de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias do Ceará também tem acompanhado o pensamento dos produtores. Mas pondera que, apenas de ter previsões e estimativas da produção feita a cada mês, a certeza do quanto isso vai impactar na colheita é algo que só poderão saber ao fim da safra.
De acordo com a Embrapa até o ano passado, Ceará tinha área de 275 mil hectares de caju. Desse total, a maior parte era de cajueiro comum, o chamado “gigante”, e 96 mil hectares (35%) da variedade anão-precoce. Apesar da menor área plantada, a produção é maior. O cajueiro gigante tem produtividade média de 327kg por hectare, enquanto que a variedade precoce é de 528kg/ha.