Ações rápidas e precisas, inteligência e investigação policial, tecnologia aplicada à segurança pública e habilidade dos agentes de segurança pública do Ceará. Esse combo faz parte do conjunto de estratégias empregadas pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS/CE) no combate a grupos criminosos que atuam em roubos e furtos a agências bancárias, empresas de transporte de valores, caixas eletrônicos, postos e terminais de atendimentos no Estado. A redução desse tipo de crime no Estado foi de 84,1% comparando os oito primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período de 2016. Há quatro anos, entre janeiro e agosto de 2016, foram registrados 44 casos de roubo ou furto contra sete do mês um ao mês oito de 2020.
O ano de 2020 marca o quarto ano consecutivo de quedas nos registros de roubo e furto a instituições financeiras no Ceará. Em 2016, o número chegou a marca de 62 ocorrências. Depois, foram registrados 56 e 41 casos, nos anos de 2017 e 2018, respectivamente. Em 2019, a queda foi a mais acentuada na série histórica, chegando a 14 ocorrências nos 12 meses, incluindo quatro meses com nenhum evento contabilizado. Em 2020, quatro dos oitos meses com dados já consolidados também zeraram a estatística: janeiro, maio, julho e agosto, empatando a série de meses sem registros com a do ano passado e se aproximando a melhor marca do Estado.
O secretário da SSPDS/CE, Sandro Caron, evidencia a integração entre as ações conjuntas das Polícias Civil e Militar, da Ciopaer e da tecnologia no emprego de diligências no enfrentamento às ações criminosas. “Nós estamos observando aqui no Estado, desde 2016, uma redução nesses crimes contra instituições financeiras. Deve-se ao trabalho integrado realizado pela Polícia Militar e também pelo trabalho de investigação da Polícia Civil, a interiorização da Ciopaer e o uso de ferramentas de tecnologia, como o videomonitoramento e o Sistema Policial Indicativo de Abordagem (Spia)”, explica o titular da SSPDS.
Sandro Caron vislumbra ainda mais cooperação com apoio na troca de informações com a Polícia Federal e o Centro Integrado de Inteligência de Segurança Pública – Regional Nordeste (CIISPR Nordeste). “Pretendemos dar continuidade a esse trabalho fortalecendo cada vez mais a integração com essas atividades de investigação e de inteligência com a Polícia Federal, em razão até do termo de cooperação assinado na última semana que nos permite passar para um novo patamar em nível de cooperação. E também procurar dar todo apoio da Secretaria para o melhor funcionamento possível do Centro Integrado de Inteligência do Nordeste, que foi aqui instalado em 2018, e que também vai ser fundamental na prevenção e repressão a esses crimes, uma vez que as quadrilhas que praticam esse tipo de crime contra instituição financeira atuam normalmente em vários estados do Nordeste e até mesmo em outros estados da federação, por isso, a integração entre as polícias estaduais e a Polícia Federal é fundamental”, pontua.
Para o delegado geral da Polícia Civil, Marcus Rattacaso, o trabalho especializado da polícia judiciária nesse tipo de roubo no Ceará visa aprofundar as investigações sobre as ramificações de grupos criminosos especializados com objetivo de capturar todos os envolvidos. “A delegacia especializada não exaure por si só naquele momento das prisões pretéritas o trabalho de investigação. Através de apreensões de equipamentos e análise de mídias, a delegacia dá continuidade e faz uma investigação segmentada para prender todas as pessoas envolvidas, mesmo aqueles que tiveram a mínima participação, como também apreender os objetos produtos desse crime. Isso demonstra a capacidade técnica da Polícia Civil, bem como interfere diretamente na queda desses números, porque desestimula a prática. Com as prisões efetuadas, as quadrilhas entendem que não adianta praticar o crime, porque se não hoje, mas num futuro próximo, toda a quadrilha será apreendida”, frisa o delegado geral.
Aparato policial
As ações das forças da segurança pública para coibir a atuação de grupos criminosos nos 184 municípios do Ceará contam com ofensiva de unidades especializadas das Polícias Civil e Militar. Pela PM, o Comando de Policiamento de Choque (CPChoque) dispõe de três grupos capacitados para agir contra os suspeitos de roubo e furto a banco e similares. São eles: Comando Tático Rural (Cotar) e a Companhia de Operações de Divisas (COD), que atuam no Interior, e o Comando Tático Motorizado (Cotam), com ações na Capital e Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). No âmbito da polícia judiciária, as ações criminosas são investigadas pela Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), unidade especializada em apurar roubos e furtos consumados e tentados contra bancos de economia mista e privados, além de empresas de transporte de valores e afins.
“As ações da Polícia Militar no combate a roubo a bancos se dão em todo o Estado do Ceará com ações de policiamento de aproximação bancária tanto na Capital quanto na Região Metropolitana, bem como no Interior do Estado. Notadamente no Interior, a gente tem apresentado um reforço muito considerável, principalmente nas ações com o Cotar e Divisas, na madrugada, onde as áreas são mapeadas de acordo com a relevância das agências bancárias e a incidência de roubos já verificados nas regiões de divisas com os estados. Reforçamos essas tropas com muita capacidade operativa justamente visando ao combate mais efetivo, mais apropriado, e investindo no policiamento treinado especialmente para combater esse tipo de roubo”, destaca o comandante geral da PMCE, coronel Márcio Oliveira, sobre o incremento da força policial e as estratégias adotadas pela tropa nos últimos anos.
O esforço humano dos policiais do Ceará é abastecido por dados e ferramentas tecnológicas. As câmeras do sistema de videomonitoramento do Estado com auxílio do Sistema Policial Indicativo de Abordagem (Spia), desenvolvido pela SSPDS, pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e pela Universidade Federal do Ceará (UFC), reforçam tanto as ações nas ocorrências em andamento quanto os setores de inteligência no intuito de identificar e prender os suspeitos, bem como antecipar as ações criminosas. A cobertura policial também conta com a agilidade e prontidão das aeronaves da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) da SSPDS. Com bases em Fortaleza, Sobral, Juazeiro do Norte e Quixadá, as dez aeronaves da frota aérea são empregadas nas ações policiais e dão suporte às composições em solo.