Região Central: a imagem de São Francisco das Chagas, símbolo da expressão máxima de devoção e fé de romeiros no município de Canindé, retornou ao alta-mor do Santuário que leva o nome do santo, após passar por mais um processo de restauração. De acordo com a organização do equipamento religioso, esta foi a quarta vez que a imagem saiu da Basílica de São Francisco para ser restaurada. O processo foi considerado simples, com contornos em pintura que ressaltam os traços da peça original.
De acordo com a direção da Basílica de Canindé, a Imagem Milagorsa já havia passado por uma ação de conservação no ano de 2005, e por isso o trabalho de restauração foi mais rápido desta vez. A tradição dos romeiros de fazer orações e de visitar a imagem ao passar por Canindé, faz com que seja imposta uma regra rígida: a imagem não sai da Basílica em nenhum outro momento de cada ano, exceto no período das festas em alusão a São Francisco.
Curiosamente, apenas uma única vez a imagem teve que mudar de local e ser retirada por tempo indeterminado da que hoje chamamos Basílica de São Francisco. A explicação estaria em um livro que fora escrito por Frei Venâncio. “Quando Frei Matias de Ponteranica, em 1910, encaminhou a reforma radical do Santuário cuidou a tempo de preparar os ânimos de seus paroquianos, removendo de fato as imagens para a igreja das Dores, onde a imagem milagrosa, durante cinco anos, recebeu as homenagens de festas e romarias, até a sua reentronização no Santuário novo, a 2 de maio de 1915.”
Desde a última vez em que foi alvo de um processo de restauro, em 2005, já havia 15 anos que a imagem não ganhava nenhum novo retoque. É a quarta vez que o santo padroeiro de Canindé passa por uma ação como essa, a primeira que se tem notícia teria ocorrido ainda em 1864 e a segunda, quase 120 anos depois, em 1982. Conforme a direção da Basília, os reparos foram feitos pelas mãos do restaurador Fabrício Costa da Silva, que no início do ano já havia restaurado a imagem de Nossa Senhora das Graças, da Igreja das Dores.
“A Imagem Milagrosa de São Francisco, felizmente estava bem conservada, apesar de ter sofrido algumas intervenções ao longo do tempo. Foi feita a repintura completa da imagem, devolvendo a suavidade dos traços do rosto e das vestimentas, nas quais foram aplicadas folhas de ouro”, explica Fabrício. Agora, de volta ao seu lugar tradicional, no altar da Basílica de São Francisco, vai continuar a ter cuidados especiais, já que tem mais de 200 anos. Limpeza periódica, proteção contra o tempo e o cuidado para evitar que a imagem seja tocada exige da equipe do Santuário atenção redobrada.
“Ninguém toca nessa imagem porque que ela fica no alto do altar da Basílica. A danificação dela foi pelo tempo mesmo, temos muito cuidado com ela”, ressalta o sacristão da Basílica, Aglairton Agostinho. “Temos muito cuidado, ela só estava um pouco descaracterizada da sua pintura original, por isso foi preciso restaurar”, conclui.