Na pandemia de coronavírus, a Síndrome Respiratória Aguda (SRAG) tornou-se uma das principais complicações apresentadas por pessoas com Covid-19. O Hospital Regional Norte (HRN) e o Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), unidades da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), do Governo do Estado, conseguem, por meio da tecnologia, amenizar o desconforto de pacientes com insuficiência respiratória. O tratamento é feito a partir da utilização da máscara de ventilação não invasiva (VNI).
“Utilizamos a ventilação mecânica não invasiva, na qual fazemos a ventilação pulmonar com pressão positiva através dessas máscaras, sem precisar intubar os pacientes. Com as máscaras, eles não precisam ficar sedados, estão todo tempo conscientes, orientados e colaborativos com a equipe de cuidados”, explica a coordenadora médica da UTI Adulto do HRN, Melissa Parente.
No HRN, a tecnologia começou a ser utilizda em junho deste ano. Por mês, são beneficiados, em média, 50 pacientes. Já no HRSC, o uso do equipamento teve início em agosto, sendo utilizado em 22 pacientes. “O uso da ventilação não invasiva é recomendado para pacientes que apresentam desconforto respiratório e piora da oxigenação”, acrescenta o coordenador de fisioterapia do HRSC, Décio Fernandes.
A agricultora Beatriz Amorim Garcia, 19 anos, esteve internada no HRSC neste mês e apresentou melhora após usar a máscara. “Foi muito bom. Depois que eu comecei a usar não senti mais falta de ar. Fiquei respirando tão bem que parece que nunca senti falta de ar”, relata.
As equipes de fisioterapia seguem critérios específicos para dar início à terapia com a máscara e amenizar o desconforto respiratório e melhorar os níveis de oxigenação dos pacientes. Caso o equipamento não consiga reverter o quadro de saúde ruim, os profissionais avaliam qual o tratamento mais adequado.
Diagnosticado com Covid-19, o oficial de cozinha Wellington de Aguiar Mota, 39, sentiu, inicialmente, sintomas como febre, dor no corpo, cansaço e insuficiência respiratória. O paciente passou 20 dias internado no HRN, sendo 16 em um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde foi submetido à VNI. “Eu sentia muito conforto quando usava a máscara, não precisei ficar desacordado e a equipe me explicou que eu me recuperaria mais rápido”, ressalta.