Região Central: sem contato com familiares há dez meses e vivendo todo esse tempo vagando pelas ruas de Fortaleza, um homem de 51 anos foi localizado e já se encontra em casa, no município de Boa Viagem, no Sertão de Canindé. Familiares dele haviam procurado a 12ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) – unidade especializada em casos envolvendo pessoas desaparecidas – para relatar o desaparecimento dele, no dia 1º de setembro de 2019, última vez que parentes e amigos tiveram notícias. A Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) apresenta essa história que teve um final feliz na manhã dessa quinta-feira (2).
O trabalho da 12ª Delegacia do DHPP é pautado na apuração policial e conta com uma rede ampla de parceiros que atuam para solucionar os casos no menor tempo possível e visando à proteção da pessoa desaparecida. Além das buscas contínuas das equipes do expediente e plantonistas do DHPP, a unidade especializada conta com apoio do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE), da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), de outras delegacias da Polícia Civil, de atores estaduais, como o Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), órgãos municipais, como as guardas municipais, hospitais, abrigos e, claro, da população.
As buscas pelo senhor de 51 anos, que não terá o nome revelado, aumentaram na última semana graças ao trabalho de dois escrivães da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) e de um missionário de uma igreja que ajuda moradores de rua na Capital. O missionário gravou um vídeo que circulou nas redes sociais, chegando ao conhecimento do escrivão Jarbas Junior, do Departamento Técnico Operacional (DTO) da PCCE, que é conhecido da família, no dia 1º de julho. O escrivão entrou em contato com o escrivão Yuri Brandão do Núcleo de Operações do DHPP, que mora próximo ao local que o senhor costumava passar o dia. O policial civil procurou pelo homem nas redondezas e repassou a informação para os vizinhos, mas o senhor não foi encontrado nesse dia.
No dia seguinte (2), uma vizinha entrou em contato com o Yuri dizendo ter visto o homem de volta pelas ruas próximas ao prédio onde moram, no bairro Passaré. O escrivão foi ao local para fazer o reconhecimento do homem e confirmou ser ele, através de um sinal característico no rosto. Imediatamente, o policial civil ligou para os familiares irem até onde eles estavam. “Quando uma sobrinha dele chegou e o chamou de tio, ele já se levantou, pegou uma bolsa e já foi entrando no carro”, conta o policial civil. “Ele olhou para gente e agradeceu, agradeceu a Deus e ficou muito feliz”, completa. De acordo com familiares, o homem viajou para Fortaleza de ônibus e não conseguiu mais retornar para casa, em Boa Viagem, a mais de 200 quilômetros da Capital.
“Desde a criação dos nossos perfis nas redes sociais vimos um crescimento dessa rede ativa que nos passam diariamente informações relevantes sobre a localização dessas pessoas desaparecidas. Com a abrangência proporcionada pela internet e o fluxo de informações dos nossos parceiros, fazemos um filtro e saímos a campo para checar os dados relacionados a essas pessoas desaparecidas. É um canal importantíssimo e aberto para a população também contribuir com nosso serviço”, destaca a titular da 12ª Delegacia do DHPP, delegada Arlete Silveira.
Os perfis da 12ª Delegacia do DHPP podem ser acessados no Instagram e no Facebook. Por lá, os policiais civis atualizam os casos investigados pela unidade, com foto e informações sobre a última vez que a vítima foi vista pelos parentes e amigos. Diariamente, os perfis recebem mensagens com informações sobre o paradeiro dessas pessoas. As imagens com as fotos dos desaparecidos também costumam circular em diversos outras plataformas on-line que contribuem para disseminar a informação e a imagem do desaparecido.
Com informações da SSPDS/CE