Quixadá: Passou o período chuvoso e como o Ceará é conhecido por um estado onde a seca predomina quase de ano a ano, mesmo quando a fase seja favorável a chuvas, é chegado a hora de se preocupar com as questões de abastecimento. Em Quixadá essa preocupação tem razão e nome: atende por Açude Pedras Brancas. Responsável pelo fornecimento de água aos mais de 80 mil moradores, o reservatório terminou o período chuvoso acumulando um volume menor do que o mesmo período do ano passado.
Essa constatação pode ser comprovada a partir dos dados fornecidos pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). De acordo com os número, até o último dia 16 de julho, data em que essa matéria foi fechada o Pedras Brancas tinha um volume em água de 114 mil metros cúbicos acumulado, o que corresponde a 9,57% de tudo o que o açude pode acumular. No dia 16 de julho de 2019 o reservatório tinha 12,10% de volume de água reservado para fornecimento humano.
Ou seja, são quase dois mil metrocs cúbicos de água a menos, o que resulta num de 2,57% a menos de acúmulo. Uma constatação preocupante, se considerado que esse cenário se dá a menos de dois meses do fim do período de chuvas, e sendo que este ano foi um dos melhores desta década para o aporte nos açudes de todo o Ceará, uma análise que acende uma luz de alerta para os quixadaenses por vários fatores.
Um deles é que a cidade já enfrenta rotineiros problemas nainterrupção do fornecimento de água, cauados por problemas no sistema adutor, que capta a água do Pedras Brancas e faz chegar às casas de Quixadá. Em janeiro deste ano, o Portal Revista Central mostrou aqui o transtorno causado por quem depende da adutora para ter água na torneira de casa. O trecho com os tubos de ferro que vão do açude até a estação de distribuição em Quixadá, apresentava vários vcazamentos, algo que acontece ainda nos dias de hoje.
O outro é questões meteorológicas, como a euforização, o processo de evaporação da água dos açudes que tem seu percentual ainda maior após o período de chuvas, quando o sol aparece mais forte e praticamente todos os dias. Isso, para uma cidade que de acordo com o Ipece, contem mais de 20 mil residências, pode se transformar numa bomba prestes a explodir, causando o tão temido pesadelo de falta d’água nas torneiras.
Para quem não para e faz os cálculos, mesmo assim não pode dizer que não foi avisado da consciência que deve tomar no gasto com a água. Em maio deste ano, o Revista Central já tinha alertado para a questão do baixo acúmulo do Pedras Brancas e constatou na matéria que mesmo durante as chuvas, o açude conseguiu ter um acúmulo de menos de 3%. Há quem possa considerar como solução o Cedro, o centenário quixadaense, mas não, não dá: há mais de uma década que a água do Cedro deixou de ser utilizada para abastecimento em Quixadá. Ou seja, o quixadaense precisa mesmo economizar.