Estudantes do curso de enfermagem da Escola Estadual de Educação Profissional (EEEP) Antônio Rodrigues de Oliveira desenvolveram pesquisa sobre o comportamento do diabetes na cidade de Pedra Branca, a 261 km de Fortaleza. O objetivo da pesquisa é estudar a relação da doença com o carboidrato, avaliar os hábitos alimentares da população do município e coletar dados que possam ser utilizados em campanhas de prevenção.
A partir da pesquisa, os alunos do terceiro ano do ensino médio conseguiram identificar a faixa etária, gênero, hábitos alimentares da população, e ainda a região mais afetada com o diabetes na cidade de Pedra Branca. “Nossa pesquisa relaciona a diabetes com o carboidrato, que é o amido. A gente entrou em contato com a gestão de Pedra Branca, e alguns dados específicos bateram com a nossa pesquisa”, detalha Camila Alencar, 17.
Os alunos apuraram que entre os 3% dos entrevistados de Pedra Branca que possuem diabetes, há maior incidência da doença em pessoas do sexo feminino, entre 46 e 48 anos, que têm alimentação baseada em carboidratos. Além disso, os estudantes observaram que o bairro Centro é o que apresenta maior número de casos da doença.
“Nosso município não tem programa que atue na prevenção da doença, há programas para combater quando ela já existe, não para prevenir”, comenta a estudante Karine Lima, de 17 anos. Ela relata que a proposta do grupo é divulgar os dados para que as pessoas entendam como a doença se comporta, e então possam agir pela prevenção. A pesquisa foi carinhosamente intitulada de Damb II, fazendo relação entre as palavras “diabetes” e “amido”.
O professor Renato Moreira participou de todas as etapas da pesquisa, orientando os alunos para o conhecimento do método científico e a sua aplicação. “A gente pensou em uma abordagem que tivesse impacto social e afetasse a população de Pedra Branca”, comenta o professor. Segundo Renato, a pesquisa pode ser expandida para outras pequenas cidades e tornar-se referência para a busca de métodos de combate ao diabetes.
A pesquisa dos estudantes será apresentada na feira do Movimento Internacional para o Recreio Científico e Técnico (Milset). A exposição incentiva o intercâmbio entre alunos pesquisadores que desenvolvem projetos científicos de relevância social. Além de Karine e Camila, também participam da equipe de desenvolvimento da pesquisa os estudantes de enfermagem Átyla Braga, de 17 anos, e Gustavo Silva, 16.
Os quatro alunos estão concorrendo a melhor projeto científico na categoria Data e Ciências da Natureza, com a chance de receber prêmios como troféus, medalhas, certificados, e a oportunidade de participar de outras feiras. Para Karine, a atuação do grupo em eventos de divulgação científica é uma forma de demonstrar a efetividade do ensino público. “É mostrar que a ciência pode transformar o aluno de alguma forma”, acrescenta.
Fonte: O Povo