Região Central: Estando situada bem no centro do mapa do Ceará, Banabuiú sempre se viu castigada pela seca. Mas já faz dois anos que a tormenta do município do Sertão Central é outra: ela atende pelo nome de BR-122. Repleta de imensos buracos, passar pela via é um verdadeiro castigo. Agoniado diante deste cenário, o prefeito de Banabuiú, Edinho Nobre, resolveu ele mesmo colocar em prática um plano para amenizar o problema e tapar os buracos por meio de uma ação emergencial.
O gestor iniciou esta semana uma medida paliativa tapando os buracos com piçarra, um tipo de material encontrado em abundância nessa região, e que sendo preparado devidamente, adquiri durabilidade e resistência. A força-tarefa começou na última quarta-feira (3) envolvendo cerca de 50 homens e 13 máquinas pesadas e vai contemplar o trecho mais crítico da via, entre Banabuiú até a localidade de Rampa.
Apesar de ser usada como uma Rodovia Estadual integrando um trecho da Rodovia Padre Cícero, no papel a estrada que liga Banabuiú a Quixadá é mesmo uma BR. A responsabilidade desta via seria, por tanto, do Governo Federal. Essa semana Edinho Nobre viajou a Brasília e participou de uma reunião da bancada cearense com o diretor superintendente do DNIT, general Santos Filho, e expôs a situação da estrada. Antes disso, ele já havia cobrado reiteradas vezes uma solução definitiva para o trecho. Apesar da espera, o máximo que Banabuiú teve como resposta foi uma operação tapa-buraco. Desta vez, Edinho decidiu não esperar e resolveu ele mesmo tomar a iniciativa.
Ele não esconde que a ação é apenas uma medida paliativa, mas espera que a medida possa durar um tempo satisfatório. “Esse trabalho que nós estamos fazendo é justamente para trazer um pouco mais de alívio a quem passa por aqui. Esse trecho tem trazido muitos prejuízos e nossa cidade tem perdido com isso. Nós entendemos que isso não pode mais acontecer, e por isso nossa equipe está agindo para que a gente possa tentar melhorar esse problema”, disse Edinho.
Nas redes sociais, a iniciativa foi vista com louvor pela população. Lucimeire Pinheiro disse, no facebook, que a medida deve criar forças junto às cobranças feitas aos órgãos federais. “Essa medida somada a cobrança feita junto ao DNIT e aos deputados federais em Brasília demonstra o empenho da gestão em resolver a situação. É necessário reconhecer”. A professora Ivonete Sampaio opinou nas redes sociais que a medida é uma atenção com a população. “Só falta esse pessoal que teria que resolver achar ruim essa ação. Claro que não é ideal, mas ameniza e, pelo menos, alguém fez algo por nós”.
Além de demonstrar a atenção do prefeito de Banabuiú com o clamor feito pelos moradores da cidade que diariamente passam pelo trecho, a preocupação de Edinho está também no fator cultural e turístico. Um exemplo disso está na Banartes, a tradicional feira de artes do município realizada há quase 30 anos nesta época do ano. O evento é reconhecido a nível de estado e movimenta milhares de habitantes da regiões vizinhas e até mesmo da Capital. De acordo com levantamento da Secretaria de Cultura de Banabuiú, anualmente cerca de 50 mil pessoas participam da Feira, mas para chegar ao Município, a maioria desse público utiliza a
“A Banartes faz circular uma economia de mais de R$ 1 milhão no comércio da cidade. Os hotéis ficam lotados, os restaurantes lucram, o comércio lucra, porque tem mais gente de fora aqui. Com esse trecho nessas condições, como é que a gente vai conseguir sucesso? E além disso, a gente tem a população de Banabuiú que pede, que implora, para que algo seja feito nesse trecho”, conclui.