O último escritor brasileiro vencedor do destacado prêmio foi Raduan Nassar, autor de clássicos como “A Lavoura Arcaica” e “Um Copo de Cólera”, em 2016.
A intelectualidade brasileira comemora o feito do famoso cantor e compositor. Palmas que ele merece!
Em 1993, a força feminina de uma mulher sertaneja de muito talento e que fazia questão de afirmar ser quixadaense, encantou o júri do destacado troféu que reconheceu o grande valor da obra literária de Rachel de Queiroz e assim ela se tornou a primeira escritora brasileira vencedora do principal troféu literário da língua portuguesa.
Neste caso, houve comemoração não apenas no espaço intelectual mas pelas pessoas simples de todo o país e, em especial, o aplauso também brotou dos moradores dos lares nordestinos. Embora tenha sido extremamente aplaudida em todo o Brasil, é nos sertões nordestinos onde Rachel é mais amada, exatamente porque conheceu e conviveu com aquela gente sofrida mas que nunca perdeu o seu encantamento. Na verdade, a escritora nunca esteve longe do seu sertão pois ele sempre esteve presente em seus afetos.
Cedinho da manhã, Jonas Sousa dava pelas ondas do rádio, a notícia do prêmio ganho por Rachel de Queiroz. A terra dos monólitos amanheceu bem feliz e a notícia era o assunto em toda a bela cidade. “Dona Rachel ganhou o prêmio de melhor escritora de língua portuguesa!” Isso acontecia nos encontros entre os amigos e se espalhou por toda a cidade. A escritora certa vez escreveu que “Neste mundo tão grande, nunca houve pedaço de terra que tenha sido mais preso ao meu coração do que aquele trecho bravio do município de Quixadá”.
Na fazenda “Não me Deixes“, recanto predileto da autora, os moradores gastavam felicidade e se prepararam para receber a querida mulher. As moradoras combinaram preparar uma galinha cabidela acompanhada de um pirão muito gostoso e que a escritora adorava. Dona Alzenir Ferreira que era uma das pessoas que cuidava da fazenda, fazia questão de afirmar que Rachel sempre teve um carinho todo especial com as pessoas humildes daí ser muito querida por toda aquela gente.
A professora Rosita que cuidava dos interesses da autora de “O Quinze” lembrava que ela sempre pedia: “Não me chamem de escritora e sim de professora ou doceira“. Não pude testemunhar mas acredito que muita gente que mora nos pés de serra do sertão, tenha contratado sanfoneiro e zabumbeiro para um forró daqueles que vão até o dia amanhecer. Ora, por que não? Já tinha acontecido quando ela foi eleita a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras. Claro que todo o Brasil aplaudiu mas no Nordeste foi uma explosão de contentamento.
Além de Rachel, só outra escritora foi vencedora da premiação, a paulista Lygia Fagundes teles no ano de 2005. A premiação de Chico Buarque nos inspirou a escrever este despretensioso texto cujo objetivo maior é lembrar da conquista de uma personalidade tão próxima de nós e torço muito para que jovens quixadaenses se dediquem mais a conhecer a trajetória deste talento extraordinário que a todos fascina com seus belos livros que é a escritora Rachel de Queiroz.
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