Em 2002, o escritor João Eudes Costa nos brindou com o seu primeiro livro “Retalhos da História de Quixadá”, que possibilitou um melhor conhecimento de nossa história. Foram 10 cansativos anos de uma pesquisa quase interminável. Nesta tentativa de eternizar o nosso passado, Eudes suou a camisa para encontrar rastros em velhos documentos, como por exemplo, certidões de nascimento, casamento, óbito e ainda fotos antigas, entrevistas (fonte oral) com velhos moradores da cidade, além de busca de informações em igrejas, colégios e até em cemitérios.
Depois, ele conferiu a autenticidade do material colhido. Digamos que João Eudes esqueceu um pouco de si para pensar num livro que falasse de nossa gente, de nossa cultura, de nossos antepassados. Foi na verdade, uma luta, um quase sofrimento de 10 anos.
Pela proximidade que tenho com este amigo e professor, pude testemunhar um de seus sofridos momentos. Certa vez o encontrei muito triste e só depois soube do motivo. Na montagem do texto referente ao Colégio Sagrado Coração de Jesus (Colégio das Irmãs), Eudes encontrou muitas dificuldades, pois o núcleo gestor, na época, não permitiu que o memorialista tivesse acesso aos arquivos do estabelecimento. Mesmo com o tratamento descortês que sofreu, o historiador faz questão de afirmar que as religiosas sempre dirigiram aquela Escola com acerto, dedicação e amor. Mas, ficou no coração de Eudes a tristeza por não poder ter mais contado sobre o “Colégio das irmãs” que é um patrimônio da terra dos monólitos. Como sofrem aqueles que divulgam a Cultura!
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