A cidade de Quixadá é potencialmente turística e conhecida pela promoção de avantajados eventos festivos, no entanto, há alguns anos, principalmente no decurso da seca e o baque administrativo do ex-prefeito João da Sapataria, esse hábito declinou com força.
O carnaval de Quixadá foi bom, mas longínquo de ser maior ou melhor e não adianta a administração municipal querer transmitir uma situação inexistente, forçar a barra. Precisa de humildade. Faltou o governo petista se aparelhar financeiramente para o evento, que era tradicional. Os dois dias de folia a noite foi decadência, mas não a falência.
Há a necessidade de reconhecer a crise financeira e os esforços que o prefeito Ilário Marques enfrenta para honrar com a folha de pagamento, no entanto, se continuar a superlotar a gestão com cargos comissionados, já, já, terá problema, afinal, fevereiro a junho são os meses “gordos” das prefeituras pelo volume de tributos derivados do IPVA, IPTU etc.
É bom alertar ainda que uma gestão não se faz apenas com folha de pagamento de servidores. Ilário Marques sempre fez questão de ostentar os grandes eventos, entre eles: o carnaval popular com as melhores bandas do Ceará e o notório pula-fogueira, no mês de junho. Esses eventos dão retorno com geração de empregos e renda.
Quixadá tem mais recursos para elaborar um carnaval melhor e maior do que Banabuiú. Para isso, os atos preparatórios têm que ser antecipados, como Aracati fez ao propagar suas atrações ainda em dezembro de 2018. A gestão da terra dos monólitos anunciou faltando menos de 10 dias para a folia.
Em nossa avaliação, dois fatores conduziram a administração do experiente político a promover esse modelo de carnaval. Medo de investir dinheiro público e ser alvo de crítica da oposição ou realmente falta de recurso.
Vizinho, o prefeito Edinho Nobre que tem uma oposição forte, não teve acanhamento de levar o nome de Banabuiú ao top dos maiores e melhores carnavais. Estima-se que quase 100 mil pessoas enfrentaram a BR-122. Lá, teve forte investimento em mídias sociais e veículos de comunicação. Se Banabuiú investiu R$ 500 mil, seu retorno financeiro ultrapassa a milhões.
É bem verdade que um setor da população, por desconhecimento, acha que investir R$ 800 mil reais em um grande carnaval é desperdícios, quando na verdade o retorno é inúmeras vezes superior. Ganha do vendedor de picolé ao grande supermercado.
Não adianta buscar desculpa e fazer comparação que Banabuiú tem rio, menos de 5% dos foliões tomam banho, isso quer dizer que, a Prefeitura de Quixadá poderia organizar um evento semelhante no açude Cedro, e sem dúvida o público seria maior do que em Banabuiú.
Uma simples ideia salvou o carnaval popular de Quixadá, que foi o “circuito de paredões”, se tivesse estendido durante o dia no Cedro, teria atraído milhares de foliões. Evidente que esse anuncio teria que ter ocorrido ainda em janeiro. O folião que gosta de carnaval começa os preparativos em novembro.
O carnaval de Banabuiú tinha dezenas de patrocinadores, já o de Quixadá não foi observado nenhum, ou seja, a organização tem que ir atrás das grandes empresas.
Ao falar para uma multidão já cansada na Praça José de Barros que foi curtir Zé Cantor, o prefeito Ilário Marques prometeu um grande pula-fogueira e, se realmente pretende promover há a necessidade de anunciar as grandes atrações musicais no máximo no final de abril.
Finalmente, Banabuiú superior todas as expectativas e Quixadá surpreendeu com pouco investimento.
Editorial do Revista Central.