Os assassinatos de mulheres no Ceará cresceram 33,4% de janeiro a novembro deste ano, quando comparado ao mesmo período de 2017.
A maioria dessas mortes está relacionada a participação das vítimas em facções criminosas.
Em 11 meses, 423 mulheres foram assassinadas no Ceará. Nos dois últimos meses, os índices apresentaram queda.
Em novembro, foram 39 mortes, seis a menos que no ano passado. Em outubro, também caiu de 39 para 33 mortes.
Apesar dessa redução, quando se compara os dados do acumulado do ano há um aumento significativo de 33,4%. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, entre janeiro e novembro do ano passado houve 317 mortes de mulheres. No mesmo período desse ano, foram 103 casos a mais.
Do total, 24 casos foram de feminicídio em novembro. Maria Francineide Costa da Silva, de 25 anos, foi morta pelo companheiro com vários golpes de faca durante uma discussão. Francisco César Menezes da Silva, de 50 anos, que já tinha passagens por furto, foi preso quatro dias depois do crime.
É considerado feminicídio quando a pessoa é assassinada por ser do sexo feminino e em situações de violência familiar ou doméstica. Já o homicídio é quando o crime não tem relação direta com o fato de a vítima ser mulher. Para especialistas, o crescimento no número de homicídios de mulheres tem relação com o aumento da participação feminina em facções criminosas.
Um dos casos de grande repercussão foi a morte de uma adolescente de 15 anos, que aparecia em vídeos fazendo referências ao crime organizado. Em julho, a jovem foi encontrada morta num matagal no bairro Autran Nunes.
Conteúdo: Tribuna do Ceará