Principal pistoleiro de Quixeramobim e suspeito por chacina, jovem é preso por matar comerciante

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Isaías Maciel da Costa, conhecido como Mucuim, de 24 anos, foi preso suspeito do assassinato do comerciante Leonardo Ribeiro, ocorrido no último dia 8 de agosto, em Quixeramobim, a 206 km de Fortaleza. Ele foi detido um dia depois do assassinato, em Quixadá, portando a arma do crime. Ele também é suspeito de ser o autor da chacina ocorrida em Quixeramobim, no dia 29 de junho, que resultou em quatro mortos. O jovem é apontado ainda pela Polícia de ser o principal pistoleiro da cidade.

O delegado Hugo Leonardo, titular de Quixeramobim, explicou em coletiva à imprensa que na última quinta-feira, 9, Mucuim foi encontrado em uma casa no bairro Alto São Francisco, em Quixadá, após investigação. A casa foi identificada como base para crimes de uma quadrilha. Uma mulher, identificada apenas como Aline, também foi presa como cúmplice do crime contra o comerciante. No local, a arma utilizada no assassinato, uma pistola .40, foi apreendida, bem como munições e carregadores. Dois veículos foram utilizados para o crime. Um para a execução (este foi abandonado posteriormente) e outro para a fuga, ambos apreendidos pela Polícia.

Para cometer o crime, Mucuim observou o comerciante por três dias, aguardando a ordem dos disparos, segundo a Polícia. A vítima foi atingida por dois disparos, sendo um na cabeça e outro no ombro. No dia da ação, Isaías Maciel trajava uma roupa de empresa de energia. “Os disfarces eram utilizados para que ele pudesse ser identificado como um cidadão comum. Além disso, ele já era bastante conhecido e temido por todas as pessoas da cidade, inclusive as facções rivais,” detalha o delegado Hugo. “Ele é muito perigoso, nós já estávamos tentando capturá-lo há muito tempo”, conclui.

Conhecido na cidade, ele utilizava disfarces para cometer os crimes (Foto: Gabrielle Zaranza/ Especial para O POVO)

Após ser detido, Isaías confessou a responsabilidade pela chacina ocorrida em Quixeramobim no último dia 29 de junho. “De acordo com o autor do crime, as pessoas mortas na chacina estavam envolvidas com a facção criminosa que ordenou a morte do pai dele”, explica o delegado. O comerciante Leonardo, conforme depoimento do detido, foi morto por ter guardado as armas utilizadas pelo executor do pai dele. “O comerciante é primo de um integrante da facção rival a do Mucuim, e esse primo foi um dos que ordenou a execução do pai dele”. Segundo Isaías, Leonardo teria guardado as armas para que os executores do pai dele cometessem o crime”, detalha.

Mucuim agia individualmente, mas era financiado por uma organização criminosa. “A motivação pessoal do Mucuim (assassinato do pai) foi aproveitada por outra organização criminosa, que investiu em treinamento e armamento para o pistoleiro. Ele agia a mando do Comando Vermelho. Em depoimento, ele conta que já deu mais de 5.000 tiros no mato treinando para atirar nos rivais”, conta Hugo.

De acordo com o delegado, Mucuim tem a personalidade fria e calculista, e confessou os assassinatos sorrindo. “Ele era o principal pistoleiro de Quixeramobim, a cidade era aterrorizada por ele”, aponta. Ele foi autuado por homicídio qualificado, porte de arma de fogo de uso restrito, participação em organização criminosa, receptação e adulteração de veículo. Ao todo, ele é suspeito de ter cometido 11 homicídios, e investigado de ter participado em outros dez.

Conteúdo: O Povo