O São Pedro, localizado na Serra do Machado, em Itatira, no Ceará, é um conjunto de cachoeiras e lagos que tem conquistado turistas e moradores devido relatos de moradores que afirmam que um ser que seria metade cobra e metade mulher aparece no local. Segundo o site Itatira News, as piscinas naturais e lagos são bastante procuradas para banho por moradores e turistas, principalmente nos fins de semana.
Situado apenas dois quilômetros da sede do município de Itatira, as grutas com água que escorrem ininterruptamente oriundas do subsolo agradam aqueles que buscam um momento de diversão e lazer.
As cachoeiras e lagos que existem no local fascinam os frequentadores que podem apreciar a natureza, o ambiente e uma paisagem repleta de arvores, pedras e clima agradável. Para chegar ao local é sair da estrada e caminhar por cerca de 100 metros entre galhos, pedras e arvores. Não é a toa que muitos motoristas que passam pela estrada próximo sequer conseguem avistar o lago, devido às águas estarem escondidas entre matas e pedras. Muitos moradores de Itaira também desconhecem onde fica São Pedro, embora já tenham ouvido falar da região.
Ainda segundo o Itatira News, um dos comentários mais famosos existentes sobre o local é que os lagos e pedras que formam o ponto turístico teriam uma “sereia” habitando as águas. Moradores contam que nas profundezas das cavernas e vendas que existem as pedras que formam o local habita uma mulher que seria metade cobra e metade gente. De acordo com estes boatos, a tal mulher em forma de uma cobra se mostrava nas águas somente a parte que exibe as feições femininas, conseguindo com isso atrair banhistas para próximo dela. Ao se aproximarem, os frequentadores são agarrados pela cauda da mulher que utilizava sua parte “cobra” para levar os banhistas ao fundo das cavernas aquáticas.
O proprietário do local confirma a existência de cavernas, vendas nas pedras e grandes áreas subaquáticas, sendo que muitos dos lugares podem oferecer risco aos banhistas pois os nadadores podem entrar nas cavernas e se perderem, não conseguindo mais retornar a superfície. No entanto, o dono do local ressalta que boa parte das vendas e cavernas foram fechadas e que os banhistas atualmente só frequentam a piscina natural, que não oferece riscos.
De acordo com o proprietário, a mulher metade sereia e metade cobra que capturaria os banhistas e levaria os frequentadores até o fundo das cavernas é apenas uma lenda. “Sempre existiu essa historia. Eu mesmo nunca vi nenhuma”, diz o proprietário do local.
Em entrevista, o jovem Francisco da Silva, 19, afirma, no entanto, que existem relatos de muitas pessoas que vieram tomar banho nas águas do São Pedro e não conseguiram mais retornar. “Hoje a maioria das vendas que serviam como entradas para as cavernas subaquáticas foram fechadas, mas antes muitos banhistas realmente desapareceram no local sendo capturados pela mulher em forma de cobra”, diz. Já outro morador desmente os boatos. “Eu sempre venho tomar aqui e nunca achei nenhuma mulher em forma de cobra. Acho que isso é exagero da parte de algumas pessoas”, diz.
Os boatos em torno do local, no entanto, serviram para atrair turistas de outras cidades e até estados que vêm ao município em busca de ver a mulher cobra e conhecer o local místico e emocionante.
São pessoas interessadas em um momento de lazer entre amigos, família ou casais de namoram que escolhem o local devido as belas paisagens da região. “Venho sempre aqui com minha namorada e amigos. Acho que o local deveria ter mais investimentos para receber o turista”, diz um morador. O proprietário do terreno onde está situado a fonte de água afirma que o espaço existe há muito tempo. Ele ressalta que há décadas houve uma grande seca no município de Itatira, sendo o São Pedro a única fonte de água que havia na região.
“Sem duvida o local significou naquela época uma importante fonte de sobrevivência para a população”, recorda. O dono do terreno, que hoje é uma propriedade particular, ressalta que tem interesse em transformar o ambiente em ponto turístico mais estruturado, até mesmo com a construção de chalés, restaurantes ou pousadas, no entanto, os altos custos do investimento inviabilizam o projeto. “Já mandei fazer um levantamento e sairia muito caro realizar uma obra com estes objetivos. Mas ainda tenho interesse”, afirma o proprietário.