Fortaleza/O Povo Online: Ao contrário do que historicamente ocorre, o Ceará gerou 1.653 postos de trabalho com carteira assinada em janeiro. O melhor resultado para meses de janeiro desde 2003 foi puxado pontualmente pela indústria de transformação, sobretudo a indústria calçadista, responsável por 4.058 empregos. E praticamente todos eles em Quixeramobim, que teve saldo de 4.251 vagas.
Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, divulgado ontem. Segundo o analista de mercado de Trabalho do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), Erle Mesquita, ocorreu em Quixeramobim um fenômeno provocado pelo processo de mudança de vínculo empregatício, com trabalhadores passando do regime de cooperativa para o da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Isso fez com Quixeramobim ocupasse a terceira posição entre os 5.570 municípios brasileiros, ficando atrás apenas da São Paulo (capital) e Vacaria (RS).
“É uma situação atípica mas positiva para os trabalhadores e para o setor produtivo, que vai evitar a geração de passíveis trabalhistas no futuro”, comenta. Hoje o Ceará é o segundo maior empregador do setor calçadista no País.
Na direção contrária, Fortaleza foi o quarto pior resultado entre os municípios do Brasil, com -2.056 vagas, à frente apenas de do Rio de Janeiro. O analista de mercado de trabalho do IDT observa que, tradicionalmente, os três primeiros meses do ano apresentam resultados negativos. Avalia que dessa vez o desempenho positivo não teve nada a ver com o crescimento da economia nem com a reforma trabalhista.
No ranking nacional de empregos, o Ceará ocupa a 11ª posição e o segundo melhor no Nordeste. No acumulado de 2017, o mercado formal cearense computou -2.139 empregos.
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