Região Central: “Revogo a prisão preventiva decretada, devendo o acusado comparecer a todos os atos do processo, bem como se abster de estabelecer contato com as vítimas ou com seus familiares”, essa foi a decisão da justiça local a favor do ex-prefeito de Ibaretama, Manoel Moraes Lopes. Moraes é um dos homens mais ricos e poderosos de Ibaretama, acusado de matar quatro pessoas em um acidente de trânsito. Pasmem, as vítimas estão mortas, mas conforme a respeitável decisão, o acusado estar proibido de manter qualquer contato com as mesmas.
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Manoel Moraes Lopes é acusado de crime de trânsito, ocorrido em novembro de 2017, fato que causou grande comoção e revolta social. Mesmo com a prisão preventiva, Moraes se “hospedou” em um luxuoso hospital da capital, sob alegação de está doente. Ele nunca foi para a cadeia. Um desembargador chegou a questionar, mas nada foi feito.
Morreram: Raimundo Nonato Feitosa, 65 anos, Ercília Batista Araújo, 59; Catia Nonata Pinheiro Fuentes, 47; Patrícia Isabelle Fuentes, 20, filha de Catia. O médico e ex-prefeito Manoel Moraes Lopes, conforme os autos, estava sob efeito de bebida alcoólica e mesmo assim dirigia sua caminhonete Toyota Land Cruiser, placas HYH 8008.
A decisão se quer suspendeu o direito de dirigir do acusado, bem como, deixar de frequentar bares. As duas únicas exigências são: participar de todos os atos do processo e não manter contato com as vítimas e com seus familiares ou testemunhas. Moraes tem como seu defensor, o advogado Leandro Vasques, hoje, considerado como um dos melhores do Ceará.
O Ministério Público se posicionou a favor da revogação da prisão, afinal, não há que se falar em soltura, pois na pratica ele não estava preso.
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Se duvidar, as vítimas mortas serão presas
A Perícia Forense do Estado do Ceará, apontou que a Toyota Land Cruiser foi a causadora do acidente. A família do político contratou uma perícia particular e curiosamente, para o espanto de todos, o laudo culpou Raimundo Nonato Feitosa, que dirigia o gol. Diante dessa situação, será feito uma nova perícia da Pefoce.
Quando estava com prisão decretada, Mores alegou doença e ficou no hospital, resta saber, se continuará internado.
Ibaretama, assim como no Brasil, rico não fica na cadeia, seus atos ficam sempre na impunidade. Livre, Moraes pode voltar a frequentar bares, dirigir e esperar o processo passar anos, até ser arquivado, assim como suas inúmeras ações penais que estão mofando nas prateleiras da Justiça de Ibaretama.
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Consta na ação penal
“O policial civil, ouvido nos autos, fls. 12, Rodrigo da Silva Pinto, prestou depoimento importante a elucidar os fatos, diante da nebulosidade presente até aquela página do auto de prisão em flagrante, e afirmou: “que ao chegar na delegacia avistou o Dr. Moraes entrando na recepção; que percebeu que o Dr. Mores apresentava dificuldades para andar e se locomovia de forma cambaleante, tanto que teve que ser auxiliado por um rapaz para chegar até a cadeira da recepção…; que ato contínuo, foi interagir com o conduzido, Dr. Moraes, de modo que o depoente percebeu que ele exalava odor etílico e olhos vermelhos.
“O outro policial civil ouvido perante a Autoridade Policial, fls. 22,André Lima Arouca, afirmou: “que percebeu que ele estava com sintomas de alteração psicomotora, pois ele estava de olhos vermelhos e cheiro de álcool.”
O perito Joaquim Urçulino Melo Neto, fls. 33-v, em repostas preliminares aos quesitos apresentados pela autoridade policial, informou que o veículo causador do acidente seria o Toyota de placa HYH 8008-CE, guiado pelo indiciado.
A ação penal deverá ser tramitada em segredo de justiça, para que apenas as partes tenham acesso.
Segue a decisão que o portal Revista Central teve acesso com exclusividade:
