Região Central: Você com certeza já ficou observando a linda arquitetura do Colégio Sagrado Coração de Jesus, localizado defronte a Praça José de Barros, na cidade de Quixadá. Naquele ambiente, a igreja também chama a atenção, inclusive, um espaço religioso pouco utilizado e muitos católicos nunca frequentaram.
O Colégio Sagrado Coração de Jesus foi fundado em 06 de janeiro de 1938, por Irmã Plácida e Padre Luís Braga Rocha. O Colégio iniciou suas atividades com o antigo primário, tendo como objetivo principal oferecer as crianças e as jovens do sertão, uma educação aprimorada e fundamentada na formação cristã. Em 1954, começou a funcionar com o Curso Ginasial e, em 1958, com o Curso Pedagógico.
Mas a capela foi construída bem antes, em 1784, conforme o livro “Retalhos da História de Quixadá”, do escritor João Eudes Costa. Essa seria a segunda Igreja construída no município.
Ainda conforme o escritor, a Igreja passou por uma reforma em 1900, e o Padre Lúcio Ferreira dotou-a de um relógio importado da Itália, que até hoje permanece na torre, cujo encontra-se sem funcionar há quase 15 anos.
Por quase um século, esse relógio teve grande importância para os moradores, era de lá que eles sabiam da hora certa. O mecânico Adolfo Lopes da Costa foi quem por muitos anos fazia o conserto, que apesar de cego, jamais deixou que parasse de funcionar.
Você possivelmente, já olhou, fotografou esse relógio, mas não tenha percebido que os números dos algarismos romanos estão diferentes dos atuais. Veja na foto do portal Revista Central que o numeral 4, hoje escrito IV, está IIII. As duas formas são aceitas, mas a versão romana que surgiu primeiro é a com o numeral IIII.
O princípio de subtração, que está por trás da forma IV (IV=V – I), é um conceito que surgiu posteriormente. Mas então por que alguns relógios ainda usam a forma mais antiga? As explicações variam.
Uma das hipóteses é que usar o IIII deixa o relógio mais equilibrado esteticamente. É só reparar no mostrador: as primeiras quatro horas são representadas pelo numeral I (I, II, III, IIII), as quatro seguintes utilizam o V (V, VI, VII, VIII) e as restantes o X (IX, X, XI, XII). Mais simétrico que isso, impossível!
Outra hipótese para o uso do IIII ter continuado é de origem religiosa. É que o nome do Deus romano Júpiter é grafado em latim como IVUPITER. Ou seja, para não utilizar as iniciais do Deus “em vão” alguns romanos teriam optado por manter a velha forma IIII.