Durante muitos anos o maior lixão da região Central do Ceará foi um obstáculo para uma população, que sentiu as consequências da fumaça tóxica, odor, e um cenário devastador. Impossível passar pela BR 122 e não se deparar com aquele grande campo de lixo, na cidade de Quixadá. Tudo isso, ocorreu nas últimas duas décadas, mas o que parecia ser algo jamais combatido, hoje, é uma realidade totalmente diferente.
Oficialmente, o prefeito municipal, José Ilário Gonçalves Marques desativou o lixão público de Quixadá, sem dúvida uma grande conquista para a população, para especialmente para os moradores dos bairros Boto, Baviera, Campo Novo e todo Quixadá. O atual cenário chama atenção de quem passa.
Tudo só foi possível graças à parceira público-privada, uma empresa instalada no município de Senador Pompeu fez o recolhimento, reciclando o lixo, gerando emprego e renda, e melhorando a qualidade de vida de todos os moradores da região Central.
O prefeito promete isolar a área para que o terreno não seja invadido, principalmente porque é um local impróprio para moradia. Toda a extensão passará por estudos técnicos de alunos e professores do Instituto Federal do Ceará-IFCE. Árvores serão plantadas para mudar a paisagem da área.
O evento recebeu prefeitos da região, deputados, vereadores, secretários e populares que foram conferir de perto essa realidade. Uma líder comunitária do Boto estava bastante feliz, para ela, foi um crime contra aqueles moradores o que ocorreu nesses anos.
Todos os resíduos sólidos serão colocados em três grandes carretas, ficando sempre duas no local onde era o lixão, e uma em transito até a usina de reciclagem no município de Senador Pompeu. O caminhão coletor das ruas jogará dentro carretas e não mais na área do antigo lixão.
O Nordeste é o caso mais gritante de descaso com o lixo. Quase 840 cidades ainda alimentam lixões. O Norte vem a seguir com 247 cidades com lixões, seguido do Sudeste (206) e o Centro-Oeste (158). O Sul tem 121 cidades com lixões a céu aberto. Essas conclusões foram divulgadas no início de agosto pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) durante a apresentação do seu Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2013. O relatório aponta o Brasil como o quinto maior produtor de lixo do planeta.
Aprovada em 2010 pelo Congresso Nacional, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/10) exigia que as cidades brasileiras acebassem com seus lixões até agosto do ano de 2014. De acordo com dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe), em 2012, 58% dos resíduos sólidos coletados no Brasil seguiram para aterros sanitários, de forma apropriada. Os outros 42% foram depositados em lixões ou aterros controlados, que pouco se diferenciam dos lixões. Ambos não possuem o conjunto de sistemas e medidas necessários para a proteção do meio ambiente.
A Política Nacional de Resíduos estabelece que os municípios que dispuserem lixo a céu aberto após agosto de 2014 passariam a responder por crime ambiental. As multas previstas variam de R$ 5 mil a R$ 50 milhões.