30/06/2016: Três policiais são assassinados e um é baleado em Quixadá; população chora a perda dos heróis

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Quixadá, 30 de junho de 2016, por volta das 16h às redes sociais relatam um possível confronto entre bandidos com policiais na localidade de Juatama, no município de Quixadá. Naquele momento, imediatamente liguei para o Tenente-Coronel Calixto, até então Comandante do 9º Batalhão da Polícia Militar, o qual confirma a situação e ainda acrescenta que pelo menos um policial tinha falecido.

Tive a triste missão, informar em primeira mão o ocorrido, narrando alguns fatos, inclusive a morte. Minutos depois a matéria foi alterada colocando o falecimento de mais um policial e mais dois baleados.  Meu whatssap estava travando de tantas mensagens, tive que soltar um áudio que foi compartilhado maciçamente. (Três policiais militares são mortos e um baleado em confronto com bandidos em Quixadá)

O Hospital Dr. Eudásio Barroso já não cabia mais tantos curiosos ao seu redor, enquanto viaturas chegavam a todo momento. Um sargento confirma a terceira morte e diz que o Sargento Campos também tinha sido gravemente baleado.

No confronto morreram o sargento Guanabara, Cabo Joel e soldado Antônio Filho.

Eu, Jackson Perigoso e o radialista Washington Luiz – Caveirão seguimos até a localidade de Juatama e presenciaram o clima tenso. Fomos alertados pelos policiais que ninguém se responsabilizaria se a gente seguisse pela estrada onde ocorreu o trágico e covarde atentado. Retornamos.

Surge uma nova matéria no portal Revista Central relatando o que realmente tinha ocorrido, acrescentando que dois policiais também tinham sido feito como reféns pelos bandidos e liberados próximo à cidade de Ibaretama.

O trabalho a noite continuou, no carro da TV Jangadeiro, a reportagem da RC fez o trajeto sob escolta de policiais. Naquele momento era possível que ainda tivesse bandidos no matagal.

A todo momento, equipes de comunicação da capital e do interior buscam informação com o portal Revista Central.

Foi sem dúvida umas das mais árduas missões do meu jornalismo, principalmente quando um policial naquela noite da tragédia passava os detalhes do caso, em lagrimas, pediu um abraço. Naquele instante foi difícil proferir palavras de conforto, pois os sentimentos às vezes os impedem.

Lembro-me que cheguei em casa já por volta das 2h do dia 01/07,  imaginando o que escrever. Estava arrasado psicologicamente e fisicamente.

No dia seguinte, o clima de medo, de tensão transformou-se em comoção social. As manifestações de solidariedades partiram de todos os cantos. Uma cidade silenciada. Faixas pretas cobriam a linda paisagem da terra dos Monólitos, três policiais mortos, um baleado e uma corporação enlutada.

Por volta das 17h, as sirenes das viaturas do Corpo de Bombeiros anunciaram o cortejo com os corpos dos heróis que morreram lutando pela sociedade de Quixadá e da região Central. (Policiais são sepultados com honrarias militares; comoção, dor e revolta em Quixadá)

Dias passaram e hoje, 30/06/2017, ninguém esquece esse triste ocorrido na cidade de Quixadá, principalmente a famílias desses heróis e todos que fazem a gloriosa Polícia Militar.