Uma equipe do Raio estava realizando rondas ordinárias, quando recebeu informações de que no matagal do bairro Pompéia haviam vários traficantes torturando alguém, pois este teria furtado uma droga da facção criminosa. As informações davam contava ainda de que os traficantes identificados como “Gugu” e “Klebiano”, eram quem ordenaram a realização da tortura.
De posse dessas informações, os policiais diligenciaram ao referido local onde avistaram alguns indivíduos correndo ao perceberem a chegada da viatura. Em uma dessas diligências percebeu uma ambulância do SAMU prestando socorro a alguém em uma das casas invadidas do bairro Pompéia onde supostamente teria ocorrido a tortura. Dentro da ambulância, estava sendo socorrido um jovem de 24 anos.
A vítima informou que foi torturado por vários indivíduos. Chegou a dizer ainda disse que estes estavam agindo a mando do traficante Gugu. Denunciou também que foi amarrado no matagal e espancado com chutes, socos e uma tábua com pregos, para informá-los onde estava a droga que o mesmo supostamente teria furtado.
A vítima relatou ainda que permaneceu o dia inteiro dentro do matagal amarrado, sendo libertado pela sua mãe e outros familiares lhe encontraram amarrado no referido matagal. Ao pedirem para que a vítima lhes informasse onde se escondiam seus torturadores, esta indicou um imóvel situado nas casas invadidas, na quadra 3. Com essas informações, foi montado um cerco, juntamente com a equipe raio, que culminou com a captura de Francisco Wanis Figueiredo Peixoto, 23.
Os policiais ordenaram para que saísse da residência, momento em que o indivíduo correu para o banheiro e começou a dar descarga. Percebendo que ele estava se desfazendo da droga. Os policiais adentraram no imóvel para evitar aquela ação. No local, encontraram dentro do banheiro, uma quantia de aproximadamente R$ 370,00 (trezentos e setenta reais em notas trocadas) e uma trouxinha de maconha próximo ao cesto de lixo.
Diante dos fatos o acusado confessou que realmente tinha se desfeito de drogas, porém de apenas três pedrinhas de crack, afirmando ser usuário de drogas. Neste momento, foi dada voz de prisão por suspeita de tráfico. No entanto, foi retirada uma fotografia do mesmo, sendo posteriormente mostrada à vítima que o reconheceu como sendo, com certeza, um de seus torturadores. Apesar das evidências, Francisco Wanis negou que tivesse torturado o jovem, no entanto, ante os indícios de cometimento de tortura, bem como o reconhecimento da vítima e a circunstância dele está no local indicado pela vítima, também deu voz de prisão pelo crime de tortura.
Saliente-se que, por causa dos ferimentos da vítima, a mesma ficou em observação médica, não sendo possível sua condução de imediata à delegacia. O acusado Francisco Wanis foi conduzido à Delegacia de Polícia Civil de Quixadá, juntamente com o dinheiro e a droga apreendida.
Diante a gravidade da situação, solicitou apoio da composição da outra viatura do POG para realizar a escolta da vítima enquanto estava hospitalizada. Ato contínuo, no intuito de resguardar a integridade da vítima, os policiais conduziram ao Quartel de Quixeramobim, local em que contou sobre a tortura, sendo seu depoimento gravado em vídeo.
Ao tomar conhecimento da ocorrência, o Delegado de Polícia plantonista, se dirigiu ao Quartel e em seguida, conduziu a vítima para realizar exame de corpo delito na PEFOCE, depois a Delegacia Regional de Quixadá para prestar declarações sobre o fato. Já na delegacia, foram mostradas à vítima as fotos dos acusados, o qual também os reconheceu como sendo seus torturadores.
Saliente-se que as fotos dos acusados foram obtidas por meio de redes sociais. Diante de tais circunstâncias, a autoridade policial decidiu ratificar a sua prisão captura e lavrar um auto de prisão em flagrante por tortura, tráfico e associação criminosa.