Os ânimos de alguns vereadores do município de Quixeramobim estão a cada dia elevados, resultado das críticas que vem sofrendo pela população. Acostumados da época em que o eleitor não tinha espaço para expressar a sua opinião, políticos da velha guarda não sabem absolver as manifestações de populares.
Durante sessão na Câmara Municipal de Quixeramobim, onde os vereadores que só “trabalham” uma vez por semana, com duração de menos de 5 horas, estão com a palavra afiada. O vereador Everardo Júnior, mostrou seu lado desesperador ao mandar um estudante trabalhar. Jackson Nogueira, atualmente mestrando, havia feito alguns comentários nas redes sociais e foi atacado pelo representante do povo.
“Deixa eu dizer uma coisa para um rapaz que está nas redes sociais, que não tem o que fazer. Tu poderia procurar um trabalho”, disse o vereador e depois deu uma carteirada: “Tu deveria respeitar quem é autoridade aqui há mais de 20 anos na Câmara…”
O parlamentar continuou seu discurso contra o estudante, para ele: “Tá com mais de 20 anos que fazemos tudo por essa cidade”. Júnior pediu que ele seja respeitado, especialmente por estar “está aqui na tribuna”. Por fim, sugeriu: “Vai procurar o que fazer”.
Jackson Nogueira disse ter feito um comentário sobre seu posicionamento em relação aos Conjuntos Habitacionais. “Citei que o mesmo não tem conhecimento de causa. Em resposta desequilibrada, o mesmo chamou desocupado, que respeitasse ele, pois era uma autoridade”.
“Autoridade não é o Senhor, autoridade somos nós que o elegemos. Não teve meu voto e nunca terá, mas é você que vai de porta em porta mendigar o voto. Autoridade somos nós que temos a decisão. Infelizmente o povo lhe elegeu, cabe a mim aceitar”, comentou o estudante.
O estudante continua: “Em relação ao que você chama de desocupado, durante o ano de 2011 até dezembro de 2016, tenho trabalhado arduamente, inclusive os 3 expedientes. Contribui com INSS e declarei fontes na receita. Não recebo propina, muito menos dinheiro sujo. Este ano de 2017, estou dedicando exclusivamente aos estudos. Faço mestrado em Paraíba, inclusive com muita dificuldade. Mas tenho de escolher: estudar ou trabalhar”, respondeu.
“Se ser estudante é ser vagabundo, sou vagabundo sim. Mas sou um vagabundo com orgulho, na certeza que não voto e nunca precisarei de você para nada”.