Com estrutura multicampi, o parque deverá ser localizado em Fortaleza, Sobral, Eusébio, Cariri e Quixadá e compreenderá as áreas de agroindústria, saúde, TIC, energia, materiais e meio ambiente
O Governo do Estado do Ceará, através da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Estado (Secitece), apresentou na manhã desta terça-feira, 10 de janeiro, no auditório da Federação das Indústrias do Ceará, o relatório final do “Estudo de Viabilidade para a Implantação do Parque Tecnológico do Ceará”, contando com a participação de mais de 130 pessoas, dentre empresários, representantes de universidades e de membros da esfera governamental.
Ao abrir o evento o secretário Inácio Arruda afirmou que o setor de CT&I é hoje um segmento fortíssimo da economia, porque “tudo exige conhecimento tecnológico”. Ele lembrou que o parque não é só um espaço físico, mas uma política de Estado. Para ele, o esforço de convencer governo e empresariado de investir no parque vale a pena. “Temos uma capacidade extraordinária instalada, mas precisamos reter essas pessoas no nosso Ceará”, pondera.
Multicampi
O estudo de viabilidade do Parque Tecnológico é resultado de diversas oficinas coordenadas por uma consultoria feita pelo Banco Mundial a pedido da Secitece. Durante cinco meses, vários atores de instituições ligadas à Ciência e Tecnologia – UFC, UECE, IFCE, Embrapa, Padetec, Nutec, Centec, Sistema Secitece, BNB, FIEC, Sebrae, instituições de Ensino Superior, entre outras – estiveram envolvidos nas discussões que culminaram no documento.
O Parque Tecnológico do Ceará foi concebido como parque urbano multicampi de porte médio sediado em Fortaleza, ao lado do Nutec, no Campus do Pici e com unidades em Sobral, Eusébio, Cariri e Quixadá, que funcionarão em articulação com as instituições de pesquisa e de C&T que já atuam nas regiões. O parque ocupará uma área total de 115 mil m², considerando-se uma média 23 mil m² em cada localidade. Dessa área total, 69 mil m² serão considerados como área útil para loteamento e construção das instalações do parque.
A professora Fátima Ludovico, responsável pela elaboração do projeto, explicou que o estudo foi elaborado em quatro fases. A primeira compreendeu o levantamento de experiências bem sucedidas no Brasil e no mundo, com a análise de 20 cases de sucesso, com destaque para Tuspark, exemplo de parque multicampi chinês e os parques brasileiros de São José dos Campos, em São Paulo e o da Bahia. A ideia é tornar o parque cearense não exclusivo, multissetorial, multi-institucional, modelo adotado pelas principais iniciativas do mundo.
A segunda etapa compreendeu o estudo e definição das atividades e serviços, empresas e localização geográfica. O parque cearense deverá compreender as áreas de agroindústria, saúde, TIC, energia, materiais e meio ambiente e atenderá empresas de base tecnológica, prestadoras de serviços, empresas consolidadas que investem em P&D e novos arranjos produtivos.
Modelo de gestão
O estudo também definiu os modelos de gestão e governança, prevendo uma estrutura enxuta e flexível com poucos níveis hierárquicos, contando com Conselho de Administração, presidido pelo secretário da Secitece; Conselho Fiscal, Diretor Presidente, Diretor de Operações e Diretor de Desenvolvimento de Negócios, além de Comitês Temáticos de Assessoramento.
A última etapa é justamente a apresentação dos resultados do estudo que ajudará o Governo do Estado nos trâmites para a implantação do parque, além de demonstrar de que modo a unidade poderá ser indutora de desenvolvimento econômico do Ceará. As sugestões serão incorporadas a redação final que será submetida a aprovação do governador Camilo Santana.
Para a implantação e funcionamento do Parque serão utilizados tanto fontes próprias de recursos estaduais, através do Fundo de Inovação Tecnológica do Ceará (FIT), quanto verbas oriundas de empresas, de instituições interessadas e de outros fundos de subvenção econômica.
O secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico, Cláudio Ferreira Lima, presente ao evento, disse que é preciso antes de tudo uma mudança de mentalidade para sairmos do subdesenvolvimento para o desenvolvimento. “Temos que ver a área da Ciência, Tecnologia e Inovação como um setor destacado que vai dar a todos os outros setores o caminho para o desenvolvimento”. Já o presidente do Conselho de Inovação e Tecnologia da Fiec, Sampaio Filho, considera que esse é um passo muito importante para a integração e consolidação das ideias.
O secretário adjunto da Secitece, Francisco Carvalho, frisou que aquele era um momento importante para o Estado. “Vejo nascendo e se fortalecendo a integração entre setor acadêmico, empresarial e governo. A Secretaria está cumprindo sua responsabilidade de levar à frente esse projeto do parque tecnológico. Fico muito feliz ao ver um parque olhando para o Ceará todo, já que a interiorização é fundamental. Vivemos em uma região com muitas adversidades e temos que usar isso como estímulo para vencer”, finalizou Carvalho.