Coluna Amadeu Filho: Paulo Segundo da Costa – escritor quixadaense que conquistou todo o nordeste

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paulo_segundoNa fundação da Academia Quixadaense de Letras(27.10.12) esteve presente, representado a “ALAS”, quando exaltou a iniciativa.

 

Você já foi a Bahia? Ainda não? Então, vá! Nesta declaração de amor à sua terra, Dorival Caimmy convida toda gente para apreciar as belezas naturais, os cenários de rara beleza, a diversidade cultural do lugar em que nasceu. Lá, também, um quixadaense que aos dezoito anos, no ano de 1943, saiu de sua amada Terra dos Monólitos, levado pelas mãos do irmão Pedro Segundo da Costa, conquistou os leitores da “boa terra”, vindo a ser uma das maiores personalidades culturais daquele estado e, por conseguinte, de todo o Nordeste.

Paulo Segundo da Costa, pertencente a uma das famílias pioneiras de Quixadá, os “Papaemas” foi um “homem de letras” e também Engenheiro, tendo trabalhado na construção de estradas de ferro e rodagem em alguns estados nordestinos. Segundo o historiador João Eudes Costa, primo de Paulo, ele estudou, entre os anos de 1944 a 1946, no conceituado Colégio da Bahia e concluiu o curso de Engenharia Civil, em 1951. Quando visitou o amigo em Salvador, Eudes ficou impressionado com a popularidade do seu primo, sendo cumprimentado e abraçado nas ruas daquele belo estado. Essa proximidade de Paulo Segundo da Costa com o povo nas ruas, se devia ao fato dele ter desempenhado as funções de Secretário de Viação e Obras Públicas; do Meio Ambiente e Defesa Civil da Capital.

paulo_segundo_1Desde criança, demonstrava pendores para as artes e em Umari, local onde nasceu, no ano de 1925 (hoje, pertencente ao município de Choró), já escrevia pequenos textos, atraindo a atenção da família e moradores do lugar. Quando aposentou-se foi convidado a trabalhar na Santa Casa de Misericórdia de Salvador, fundada em 1549, tendo se dedicado, de forma exemplar, na missão de dar assistência as camadas mais sofridas da população, ao lado de uma grande e dedicada equipe.

Com artigos publicados em vários jornais de Salvador e de outras capitais, foi convidado a escrever livros focalizando a história dessa irmandade que tanto serviços presta a comunidade. Na sua habitual simplicidade, jamais aceitou ser chamado de historiador, mas apenas um pesquisador dedicado. Publicou os livros que conquistaram paulo_segundo_2o leitor e a crítica literária: Hospital de Caridade da Santa Casa de Misericórdia da Bahia, 450 anos de funcionamento, 1549/1999; Ações Sociais da Santa Casa de Misericórdia da Bahia e Campo Santo, resumo histórico 1840-2007; A sua visão histórica foi comprovada com o lançamento do seu livro, de grande aceitação em todo o país, Octavio Mangabeira, Democrata Irredutível(2008), que, ainda nos dias de hoje, é consultado em diversas universidades, por jornalistas e leitores, ávidos por um conhecimento mais amplo sobre a trajetória deste notável homem das letras e da política.

paulo_segundo_3Apaixonado pelo local de seu berço, também escreveu um livro sobre a Fazenda Umari, onde focalizou, com maestria, aquele panorama sertanejo que sempre o atraiu.  O destacado quixadaense foi titular da cadeira de número 18 da Academia de Letras e Artes do Salvador(ALAS) e da cadeira número 34 da Academia de Letras e Artes Mater Salvatoris. Foi sócio permanente do Instituto Genealógico da Bahia. No seu vasto currículo, consta que foi fundador e presidente do Clube de Engenharia da Bahia.

Longe de sua terra natal, jamais deixou de amá-la e sempre vinha visitar familiares e amigos.

paulo_segundo_4Na fundação da Academia Quixadaense de Letras(27.10.12) esteve presente, representado a “ALAS”, quando exaltou a iniciativa, destacando que ela iria congregar os escritores quixadaenses, além de incentivar o surgimento de novos autores e um crescimento no número de leitores em todo o Sertão Central. O livro “Escravos da Terra Seca” do escritor quixadaense, João Eudes Costa, foi prefaciado pelo primo famoso.

Paulo Segundo da Costa morreu em 10.05.2015 e a notícia de seu falecimento deixou tristes os baianos paulo_segundo_5que nutriam por ele um grande respeito e admiração.  Seria maravilhoso que, aqui na sua querida terra, seus livros viessem a lume e que a sua trajetória se tornasse conhecida por seus conterrâneos. Conhecendo melhor esta figura extraordinária, com certeza, sentiríamos um orgulho maior por aqui, ter nascido. Aí então, ao contrário dos versos de Caimmy, perguntaríamos assim: “Você já foi a Quixadá? Não? Então vá, porque lá é a terra onde nasceu o grande escritor Paulo Segundo da Costa.

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Amadeu Filho
Colaborador da RC
Radialista Profissional
Acesse também o blog Amadeu Filho

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