Material foi encaminhado para o setor de inteligência da secretaria. Investigação diz que imagem não deve ser recente e não aponta o local.
A Secretaria da Justiça e da Cidadania do Ceará (Sejus) investiga imagens que mostram dezenas de presos em um pátio conversando por meio de aparelhos telefônicos. De acordo com o órgão, o material foi encaminhado para a Coordenadoria de Inteligência, mas ainda não é possível confirmar se o fato ocorreu em uma unidade cearense.
A imagem foi compartilhada nas redes sociais com informações de que foram registradas na Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor Clodoaldo Pinto (CPPL II), em Itaitinga, na Grande Fortaleza, o que a Sejus nega.
Um agente penitenciário que não quer ser identificado diz que CPPL II está controlada, mas as unidades vizinhas do mesmo complexo prisional seguem com prisioneiros soltos em pátios e quadras. “Se esse vídeo for recente e real, ele deve ter sido feito nas unidades cinco ou seis, onde os presos ainda estão soltos. A CPPL II os presos já estão nas celas “, afirma.
A Sejus confirma que os internos estão em um pátio nas duas unidades citadas pelo agente, porém, ressalta que uma investigação preliminar aponta que as imagens não são recentes e não apontam o local.
Os presos são mantidos em pátios nos presídios desde junho, quando houve uma rebelião com depredação de celas e outros departamentos do presídio.
Drogas, bebidas e música
A Secretaria de Justiça do Ceará ainda investiga um vídeo que circulou, em junho, nas redes sociais e mostrava uma suposta festa de detentos com forró e drogas dentro de unidade prisional do Ceará. A secretaria – à época – informou que o vídeo foi encaminhado para a coordenadoria de inteligência para análise e ”caso seja confirmada a veracidade, as medidas necessárias serão tomadas”.
As imagens foram feitas por um aparelho celular e mostram vários homens ouvindo forró, dançando, bebendo e supostamente consumindo drogas. A festa teria sido na noite desta segunda-feira (13) no presídio Desembargador Adalberto Barros de Oliveira Leal, conhecida como Carrapicho, em Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza.
O Carrapicho foi uma das unidades prisionais em que ocorreram conflitos entre presos e manifestações de familiares durante a paralisação de agentes penitenciários ocorrida no último 21 de maio. Devido à paralisação, os presos fizeram rebeliões no presídio. Também no Carrapicho familiares fizeram protesto em frente à penitenciária por não conseguirem visitar os detentos.
Greve e rebeliões
As rebeliões ocorreram durante e após a greve dos agentes penitenciários. Segundo a Secretaria da Justiça, a motivação dos conflitos foi a suspensão das visitas nas unidades prisionais. De acordo com a Polícia Militar, os detentos quebraram cadeiras, grades, armários e queimaram colchões em diversos presídios.
A Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus) confirmou a morte de 14 presos durante as rebeliões ocorridas nos presídios cearenses em junho. Os óbitos foram confirmados pela pasta após análises da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce).
Com informações do portal G1 Ceará