Preocupante: Chuvas na região Central ficaram 52,3% abaixo da média, aponta Funceme

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Durante a quadra chuvosa, a região Jaguaribana foi à macrorregião mais afetada, com desvio percentual de -54,5%.

O presidente da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Eduardo Sávio Martins, iniciou a coletiva de imprensa nesta segunda-feira(13), comunicando a consolidação do quinto ano se seca no Ceará. Entre os meses de fevereiro e maio, as precipitações observadas foram de 329,3mm. A média para o período é de 600,7mm, ou seja, choveu 45,2% abaixo da média. 

“O principal fator para mais este ano de baixas precipitações foi o El Niño. A Funceme já tratava isso como uma preocupação desde dezembro de 2014, devido às perspectivas de que o fenômeno se estabeleceria com intensidade. Foi o que aconteceu. Agora, já estamos monitorando um provável resfriamento das águas do Pacífico Equatorial, que dissiparia o El Niño e, talvez, configuraria uma La Niña. Ainda é cedo pra uma previsão, mas há possibilidade de um cenário mais positivo em 2017”, explicou Martins. 

Durante a apresentação nesta segunda, na sede da Funceme, ele mostrou que as regiões mais afetadas com as poucas chuvas foram Jaguaribana, Sertão Central e Inhamuns. Na faixa litorânea as precipitações tiveram desvios negativos menores, conforme a tabela abaixo. 

Além do El Niño no Pacífico, as condições do Oceano Atlântico não estiveram favoráveis na maior parte da quadra chuvosa, o que manteve a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) mais afastada do Ceará. Quando esse sistema atua pouco no Estado a qualidade do nosso principal período de precipitações fica comprometida. 

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Durante a quadra chuvosa, a região Jaguaribana foi à macrorregião mais afetada, com desvio percentual de -54,5%, seguida do Sertão Central e Inhamuns (-52,3%), da Ibiapaba (-45,7%), do Maciço de Baturité (-45,7%) e do Cariri (-42,9%). Menores desvios em relação à média foram observados no Litoral Norte (-38,9%) e no Litoral de Fortaleza (-39,1%). O menor desvio de todos os considerados envolveu a macrorregião do Litoral de Pecém (-25,1%). 

Todas as macrorregiões do estado se mostraram, portanto, abaixo de suas médias históricas relativas ao quadrimestre fevereiro a maio. 

Cenário mais provável 

Em janeiro e em fevereiro de 2016, já ciente da intensidade do El Niño, a Funceme elaborou duas previsões climáticas que apontaram maior probabilidade de chuvas abaixo da média durante a quadra chuvosa. 

No segundo semestre, conforme a característica climatológica do Ceará, quase não chove. Enquanto março e abril têm médias de 203,4mm e 188mm, em setembro e outubro, essas médias são de apenas 2,2mm e 3,9mm. “O Governo do Estado, através da Secretaria de Recursos Hídricos, têm priorizado a questão do abastecimento da população. Desde que lançamos o prognóstico de 2015 o esforço tem sido de se antecipar, garantindo as licitações para perfuração de poços”, destacou Martins.

– Confira a avaliação da quadra chuvosa de 2016 aqui

 

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