Nas suas aulas, priorizou a leitura, realizando uma conexão com as temidas regras gramaticais. Com certeza, o grande compromisso da escola com a sociedade.
Segundo a escritora Cora Coralina, feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina. Quando vivemos os anos verdes, saboreando a doce juventude, recebemos, mas ainda não entendemos as sementes que foram plantadas por mestres que nos mostravam os melhores caminhos a seguir. Só depois de um bom tempo, é que percebemos o quanto os ensinamentos desses “anjos” do saber foram importantes para o crescimento de seus alunos. Somos imensamente gratos aqueles educadores que serviram de farol na vida de todos nós.
Dos muitos professores que passaram pela nossa vida, uma merece destaque especial, pelo que semeou na sua árdua, mas nobre missão de ensinar. Elisabeth Brito de Alencar, a nossa sempre querida Betinha, ainda hoje, desperta saudade em seus ex-alunos porque fez de cada um deles, um amigo, um irmão, quem sabe, às vezes, um filho.
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Para esta simpática mestra, cada aluno tinha grande valor e fazer do aprendizado um contentamento e não, um sofrimento era a sua preocupação maior. Quantas lembranças lindas temos das aulas desta querida profissional! Elisabeth nasceu em Morada Nova, vindo para Quixadá, no ano de 1946. Seus pais José de Alencar Macedo (pastor Zequinha) e Maria Brito de Alencar vieram com o objetivo de fundar a Igreja Evangélica Assembléia de Deus.
Betinha aprendeu as primeiras letras com a irmã Vasthi, que sempre a incentivou no gosto pela leitura. No final dos anos 50, matriculou-se no Grupo José Jucá, tendo como professores, Irene, Dolores, Neide Roque, Neidinha, Naidinha. Pastor Zequinha, sempre preocupado com a sua educação de todos os filhos, desejava que ela estudasse no Sagrado Coração de Jesus (Colégio das Irmãs), o que não foi possível de imediato, por pertencer à família de evangélicos.
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Por sugestão de Neide Roque, foi marcada uma reunião com as presenças do Padre Luis e Ir. Plácida. Foi então, permitida a sua matrícula, por se tratar de uma adolescente de ótimo comportamento. No ginásio teve como professores, Angélica, Teresinha Ribeiro, Francy Gurgel, as irmãs Clarice, Marieta, Plácida, Rosalina, Marciana e os padres Hélio, Francisco Clineu. No Pedagógico, foram seus mestres: Everardo Silveira (Anatomia); Emílo(Física e Química); José Airton(Higiene e Puericultura); João Forte(Biologia) Ir. Ideltrade(Psicologia); Ir. Ângela, Angélica, Rosalva, Antônio Magalhães, Magnólia, dentre outros.
Teve como colegas do Pedagógico, Darci Capistrano, Marliete, Maria de Jesus, Fátima Viana, Cleide Almeida, citando algumas.
Terminado o curso, tendo se destacado pelo esforço e dedicação, foi convidada para lecionar no Colégio que, anos atrás, não queria aceitá-la pelo fato de ser evangélica. E assim, Betinha começou a grande missão que Deus lhe confiara, de despertar sabedoria, germinar o saber, encaminhar jovens para conquistas na sua vida pessoal e no futuro mercado de trabalho.
No começo dos anos 70(do século passado), passou a lecionar no Colégio Estadual, atendendo a convite do diretor, naquele momento, professor Will Holanda, atendendo sugestão dos professores Rosa Fonseca e Maria Luisa(Lolota). Começou na disciplina de O.S.P.B, mas por muito pouco tempo. Os professores Carlinhos e Aires que ensinavam Língua Portuguesa, pertenciam aos quadros do Banco do Brasil e não tinham condições de trabalhar nos turnos da manhã e tarde. Foram então substituídos pela professora Betinha que abraçou com muito entusiasmo, este novo desafio. Formada em Letras, pela Universidade Federal do Ceará, logo ganhou a confiança da direção, dos colegas e dos alunos.
Nas suas aulas, priorizou a leitura, realizando uma conexão com as temidas regras gramaticais. Com certeza, o grande compromisso da escola com a sociedade é “ensinar o aluno a aprender ler e escrever”. Mas com todo esse profissionalismo, o que a tornou uma mestra muito querida foi a sua paciência, um amor mesmo, quase de mãe, para com os jovens. Lembra, com muito carinho, dos colegas Pery, Raimundo, Wanderley, Carmelita, Conceição, Valda, Florinda, Evaldo, Socorro Silva, Lúcia, Angélica, Maria Luisa, Dr. Ailson, Rosita, Socorro, Rosalva, Salim, Wellington, Averlene, Sandra Guedes, João Nogueira, Glauco Magalhães, Francy Gurgel, Nivaldo, Cleune, Eduardo Bananeira.
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Sempre séria no desenvolvimento do seu trabalho, chegou a dirigir o Colégio Estadual, sempre mantendo o diálogo e o respeito para com seus colegas professores e funcionários. Lecionou, durante algum tempo, no Ginásio Municipal. Hoje, aposentada, lembra dos tempos em que corria de uma escola para outra. Das lembranças que ex-alunos guardam de suas professoras, Betinha é uma terna lembrança. Ela foi uma doação sem limites. Só agora estamos realmente percebendo o significado de seus ensinamentos. Sua voz, seu sorriso, nos deu força em momentos difíceis. Somos, ex-alunos, colegas de trabalho, bastante gratos, por tudo que fizeste pelo nosso crescimento. Conseguistes mesclar a arte de ensinar com o dom da convivência e assim, cada aluno ou colega de profissão, tornastes teu amigo.
Um famoso artista brasileiro, em uma de suas famosas canções, falava das dificuldades em encontrar palavras para definir o forte amor que sentia por uma mulher. Nós também, de certa forma, nos sentimos assim e falamos: “Como é grande o nosso amor por você, Betinha!”
Acessando o blog Amadeu Filho você terá a oportunidade de conhecer mais sobre a história de Quixadá.
Amadeu Filho
Colunista da RC
Radialista Profissional
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