Na década de 1960 e 1970 o município esteve na lista das 100 cidades mais populosas do Brasil.
O município de Quixadá, cravado no Sertão Central cearense completa nesta segunda-feira, 27, 144 anos de emancipação política e administrativa. É o décimo município mais populoso do Ceará e a maior da região, com uma população de 84.684 habitantes. Possui uma área de 2.019,833 km² e uma densidade demográfica de 39,91 hab/km²
História
Toda a zona ribeirinha do rio Sitia – o Gueiru dos indígenas – era habitada pelos índios tapuias e canindés, que aos poucos, foram abandonando a região, à medida que seus domínios eram conquistados pelos brancos. Os primeiros civilizados que devassaram aquelas terras fizeram-no pelo Baixo-Jaguaribe primeiro, o afluente Banabuiú e em seguida o Sitiá – , objetivando a conquista de novas áreas para a criação de gado.
Datam de 1698 as primeiras concessões de terras feitas naquelas plagas. No entanto, sua ocupação efetiva só teve início em 1705, quando Manoel Gomes de Oliveira, André Moreira de Barros e outros, nelas conseguiram penetrar, vencida a hostilidade indígena.
Em 1743, completava-se a distribuição das terras marginais do rio Sitiá, sendo iniciado o povoamento de seu afluente Tapuiará, dos rios Quinimporó, Choró, Pirangi e Feijão. Os povoadores, comumente, emigravam de Pernambuco.
Em 1747, José de Barros Ferreira adquiriu o Sitio Quixadá, instalando uma fazenda de gado, precisamente onde se acha hoje a Praça Coronel Nanam. Ali se formou um pequeno núcleo de população. Dia a dia, o lugarejo foi prosperando, impondo-se a ereção de uma capelinha. José de Barros Ferreira, fez a doação de meia légua de terras 20 vacas, 12 potros e mais 100 palmos de quadra de terra para a construção do Templo. Construída em 1770, a Capela teve como padroeiros Jesus-Maria José. De 1886 para cá, a pequena Capela se foi transformando aos poucos na Igreja Matriz atual.Entre os anos de 1860 e 1863 foram criadas as primeiras escolas públicas.
Origem do Topônimo: Há controvérsia em torno do significado do topônimo Quixadá Eusébio de Sousa, em sua Memória sobre o Município de Quixadá, aponta nada menos de seis versões: “vocábulo de origem guarani, que significa pedra de ponta curvada (Pompeu Sobrinho); corruptela da expressão “queixada”, porco do mato que abundou na região; quintal de rochas, ?Oh! Eu sou o Senhor” (Martius, apud Paulinho Nogueira); terra de queixa; e problematicamente “rio ” ou “riacho” (Teodoro Sampaio).
Gentílico: quixadaense
Formação Administrativa
Distrito criado pela lei provincial nº 1.305, de 05-11-1869, com a denominação Qixadá, subordinado ao município de Quixeramobim.
Elevado à categoria de vila com a denominação de Quixadá, pela lei provincial nº 1.347, de 27-10-1870, desmembrado do município Quixeramobim. Sede no núcleo de Quixadá. Constituído do distrito sede.
Elevado à categoria de cidade com a denominação de Quixadá, pela lei provincial nº 2.166, de 17-08-1889. Pelo ato de 13-07-1899, é criado o distrito de Serra de Santo Estevão; pelo ato de 23-09-1903, é criado o distrito de Serra Azul. Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município aparece constituído de 4 distritos: Quixadá, Serra Azul, Serra de Santo Estevão e São Francisco da Califórmia. Pelo ato de 07-10-1914, é criado o distrito de Tapuiará.
Nos quadros do Recenseamento Geral 01-09-1920, o município aparece constituído de 5 distritos: Quixadá, Serra de Santo Estevão, Serra Azul, Tapuiará e Califórnia ex-São Francisco da Califórmia.
Pela lei estadual nº 2.392, de 08-11-1926, o município de Quixadá adquiriu o extinto município de Laranjeiras e o distrito de Barra do Sitiá, como simples distrito.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município aparece constituído de 10 distritos: Quixadá, Barra do Sitiá, Caiçarinha, Choró, Floriano Peixoto, Junco, Laranjeiras, Serra Azul, Serra do Estevão e Tapuiará. Não figurando o distrito de Califórnia.
Em divisão territorial datada de 31-12-1936, o município é constituído de 12 distritos: Quixadá, Barra do Sitiá, Caiçarinha, Califórnia, Choró, Custódio, Floriano Peixoto, Laranjeiras, Junco, Serra Azul, Serra do Estevão e Tapuiará. Não figurando o distrito de California.
Pela lei nº 406, de 10-10-1937, é criado o distrito de Boa Água. Em divisão territorial datada de 31-12-1937, o município aparece constituído de 12 distritos: Quixadá, Barra do Sitiá, Boa Água, Caiçarinha, Choró, Custódio, Floriano Peixoto, Laranjeiras, Junco, Serra Azul, Serra do Estevão e Tapuiará.
Pelo decreto estadual nº 448, de 20-12-1938, o distrito de Serra Azul, passou denominar-se São Luís, Barra do Sitiá a denominar-se Barra, Serra de Estevão a denominar-se Estevão, Boa Água a denominar-se Água Boa e Floriano Peixoto a denominar-se Floriano.
Pelo decreto-lei estadual nº 1.114, de 30-12-1943, o distrito de Junco passou a denominar-se Muxiopó, Laranjeiras a denominar-se Banabuiu, São Luís a denominar-se Ibaretama, Floriano a denominar-se Juatama e Água Boa a denominar-se Rinaré.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de 12 distritos: Quixadá, Barra ex-Barra do Sitiá, Água Boa ex-Boa Água, Caiçarinha, Choró, Estevão ex-Serra do Estevão, Custódio, Floriano ex-Floriano Peixoto, Laranjeiras, Junco, São Luis ex-Serra Azul e Tapuiará.
Em divisão territorial datada de 01-07-1950, o município aparece constituído de 12 distritos: Quixadá, Banabuiú ex-Laranjeiras, Caiçarinha, Choró, Custódio, Estevão,Ibaretama ex-Floriano, Muxiopó ex-Junco, Rinaré ex-Boa Água, Sitiá ex-Barra do Sitiá e Tapuiará.
Pela lei estadual nº 1.153, de 22-11-1951, o distritos de Estevão, passou a denominar-se Dom Maurício. Em 01-07-1955, o município é constituído de 12 distritos: Quixadá, Banabuiú, Caiçarinha, Choró, Custódio, Dom Maurício ex-Estevão, Ibaretama, Juatama, Muxiopó, Rinaré, Sitiá e Tapuiará.
Pela lei estadual nº 3.326, de 11-06-1957, o distrito de Muxiopó passou a denominar-se Daniel de Queiroz. Pela lei estadual nº 4.447, de 02-01-1959, desmembra do município de Quixadá os distritos de Choró e Caiçarinha e Dom Maurício e Daniel Queiroz, para formar o novo município de Choró.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 8 distritos: Quixadá, Banabuiú, Custódio, Ibaretama, Juatama, Rinaré, Sitiá Tapuiará. Pela lei estadual nº 6.709, de 21-10-1963, desmembra do município de Quixadá os distritos de Banabuiú, Rinaré e Sitiá, para formar o novo município com denominação de Laranjeiras do Norte ex-Banabuiú.
Pela lei estadual nº 6.653, de 14-10-1963, desmembra do município de Quixadá o distrito de Ibaretama. Elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 31-12-1963, o município é constituído de 4 distritos: Quixadá, Custódio, Juatama e Tapuiará. Pela lei estadual nº 8.339, de 14-12-1965, o município de Quixadá adquiriu os extintos municípios e distritos de Banabuiú, Caiçarinha, Choró, Daniel Queiroz, Dom Maurício, Ibaretama, Rinaré, Sitíá, como simples distrito.
Pela lei estadual nº 7.104, de 08-01-1964, é criado o distrito de Cipó dos Anjos e anexado ao município de Quixadá.
Em divisão territorial datada de 31-12-1968, o município é constituído de 13 distritos: Quixadá, Banabuiú, Caiçarinha, Choró, Cipó dos Anjos, Custódio, Daniel de Queiroz, Dom Maurício, Ibaretama, Juatama, Rinaré, Sitiá e Tapuiará. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 18-08-1988.
Pela lei estadual nº 11.427, de 26-01-1988, desmembra do município de Quixadá os distritos de Banabuiú, Sitiá e Rinaré, para formar o novo município de Banabuiú.
Pela lei estadual nº 11.431, de 08-05-1988, desmembra do município de Quixadá o distrito de Ibaretama. Elevado à categoria de município.
Pela lei municipal nº 1.364, de 14-09-1990 é criado o distrito de São João dos Queiroz. Pela lei municipal nº 1.425, de 10-10-1991 é criado o distrito de São Bernardo.
Em divisão territorial datada de 31-01-1992, o município é constituído de 9 distritos: Quixadá, Cipó do Anjos, Custódio, Daniel de Queiróz, Dom Mauricío, Juatama, São Bernardo, São João dos Queirozes e Tapuiará.
Pela lei municipal nº 1.528, de 09-09-1993, são criados os distritos de Califórnia e Juá.
Em divisão territorial datada de 01-07-1995, o município é constituído de 11 distritos: Quixadá, Califórnia, Cipó do Anjos, Custódio, Daniel de Queiróz, Dom Mauricío, Juá, Juatama, São Bernardo, São João dos Queiroz e Tapuiará. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2003.
Pela lei municipal nº 1.886, de 06-04-2000,é criado o distrito de Várzea da Onça.
Pela lei municipal nº 1.940, de 26-10-2000, é criado o distrito Riacho Verde.
Pela lei municipal nº 1.863, de 02-12-1999, foram criados 21 bairros na cidade de Quixadá: Alto da Boa Vista, Alto São Francisco, Baviera, Bôto, Campo Novo, Campo Velho, Carrascal, Centro, Cohab, Combate, Curicaca, Herval, Irajá, Jardim dos Monólitos, Monte Alegre, Nova Jerusalém, Planalto Renascer, Planalto Universitário, Putiú, São João e Triângulo.
Pela lei municipal nº 2.319, de 20-12-2007, foi criado o bairro Cedro, ficando a cidade dividida em 22 bairros: Alto da Boa Vista, Alto São Francisco, Baviera, Bôto, Campo Novo, Campo Velho, Carrascal, Cedro, Centro, Cohab, Combate, Curicaca, Herval, Irajá, Jardim dos Monólitos, Monte Alegre, Nova Jerusalém, Planalto Renascer, Planalto Universitário, Putiú, São João e Triângulo.
O município possui o 17º maior PIB do estado, maior renda per capita e melhor IDH da Mesorregião dos Sertões Cearenses. Na década de 1960 e 1970 o município esteve na lista das 100 cidades mais populosas do Brasil.
A cidade é conhecida como cidade universitária do Sertão Central, no ano de 2014 consta com seis instituições de ensino superior, públicas e privadas. Entre elas campus da Universidade Federal do Ceará e Universidade Estadual do Ceará.
O município é sede da Diocese de Quixadá, criada pela bula pontifícia do Papa Paulo VI, sendo desmembrada da Arquidiocese de Fortaleza.
Uma de suas características mais marcantes são formações rochosas, os monólitos, nos mais diversos formatos que “quebram” a aparente monotonia da paisagem sertaneja. É também conhecida por ser a terra de escritores como Jáder de Carvalho e Rachel de Queiroz que, apesar de ter nascido em Fortaleza, à capital do Ceará, possuía uma relação muito forte com a cidade, visitando-a constantemente, quando se hospedava em sua Fazenda Não Me Deixes, que herdou de seu pai, Daniel de Queiroz.