Paraíso de quem busca esportes de aventura, o município também tem um lado mais voltado à família e reserva experiência imperdível.
Se você pudesse fazer uma viagem de fim de semana a algum município do Ceará, para onde iria? Apesar de as imagens nesta página serem um estímulo à resposta, dificilmente será Quixadá. Isso porque, apesar de o destino ser velho conhecido, principalmente dos cearenses, ainda não possui o mesmo apelo que locais mais tradicionais, como as praias. Dados de 2012 da Secretaria Estadual do Turismo, divulgados no último mês de fevereiro, mostram que Quixadá não está nem entre os dez destinos mais visitados.
O mais curioso é que, no mundo, não será comum ao viajante encontrar um cenário que mistura a aridez do sertão e a imponência dos monólitos. “Praia linda tem na Austrália, na Grécia. Mas o Quixadá, só tem no Quixadá. Tem lugares que são únicos”, enaltece Ricardo Bola Fusco, gerente de negócios da agência Aldeia Mundo, empresa que promove roteiros à região.
A unicidade da Pedra da Galinha Choca, por exemplo, é comparável ao Uluru, um dos principais cartões-portais australianos; e ao Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, dois outros exemplos de monólito. Estes últimos detêm bem mais prestígio entre os viajantes do que o primo cearense, mas provavelmente trata-se apenas de uma questão de tempo.
Pôr do sol atrai
Um dos passeios que mais tem conquistado os visitantes que vão a Quixadá é a caminhada até o lombo da Pedra da Galinha Choca. O percurso geralmente é feito com guias turísticos da região, e o passeio, de cerca de 1,5 quilômetro, pode ser superado em aproximadamente 45 minutos, em subida moderada de 300 metros. Para os amantes da fotografia, o trajeto leva bem mais tempo. Isso porque o caminho guarda peculiaridades que vão desde as características mais marcantes da vegetação semiárida até a contemplação, do alto, de toda a dimensão da paisagem do Sertão cearense. A experiência será ainda mais intensa se for possível assistir ao pôr do sol, num daqueles momentos únicos para se guardar para eternidade.
Esse instante não será esquecido pela empresária Mariam Capibaribe, que participou recentemente de expedição realizada pela Aldeia Mundo ao município. “É uma cidade muito interessante de se explorar, é uma outra possibilidade de conhecer o lado belo do sertão”.
Para ela, a trilha da Pedra da Galinha Choca foi mesmo um dos pontos altos da viagem ao município. “Você é agraciado com aquele pôr do sol. Ver aquelas pedras, toda aquela imensidão ao redor, me deu um olhar diferenciado sobre o meu Estado”.
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O que conhecer?
Não só a famosa pedra, cenário de filmes, como “O Cangaceiro Trapalhão”, de 1983, se sobressai por lá. Em frente, o viajante tem o Açude do Cedro, onde é possível caminhar, ter uma privilegiada visão da pedra, além de poder comer e beber nos restaurantes típicos da região, no entorno do açude, onde é servido o tradicional peixe com pirão e baião de dois, à beira da água.
Quixadá também se destaca no turismo religioso, tendo como ícone o Santuário Nossa Senhora Imaculada Rainha do Sertão, o qual fica no alto e oferece uma bela vista da região. No Centro da cidade, há a Pedra do Cruzeiro e o Memorial de Rachel de Queiroz, localizado no Chalé da Pedra, uma casa erguida sobre um monólito.
A Lagoa dos Monólitos também pode entrar como ponto turístico, entretanto, no momento, vale apenas como uma fotografia a mais na viagem, já que sua urbanização ainda não foi concretizada.
Para chegar a Quixadá, o viajante pode ir de carro pela BR-116 ou CE-060. De ônibus, a Expresso Guanabara possui saídas regulares saindo de Fortaleza. A passagem custa entre R$ 17 e R$ 22,05, o trecho.
Diego Borges
Especial para o Tur do Diário do Nordeste
Fotos: Fernando Filho, Camila Lessa e Breno Fontenele