Com o nome de batismo Moacir Costa Lopes, nasceu em 11 de junho de 1927, em Quixadá, Ceará. Perdeu o pai aos 2 anos de idade e a mãe aos 11.
No ano de 1978, no aeroporto internacional Sky Harbor, no estado do Arizona, Estados Unidos, uma pequena multidão formada, em sua maioria, por alunos, professores, jornalistas e curiosos, aguardavam com ansiedade a chegada do escritor brasileiro, Moacir Costa Lopes. Ele foi participar de um simpósio sobre sua obra, aplaudida pelo público e crítica deste país. No Brasil, recebeu o reconhecimento do meio acadêmico e do público leitor.
Seu primeiro romance, “Maria de Cada Porto” lhe rende os prêmios “Coelho Neto-Academia Brasileira de Letras” e “Fábio Prado-União Brasileira de Escritores”. Em 1997, o filme “A Ostra e o Vento“, baseado num livro de sua autoria, leva multidões a cinemas do Brasil e do exterior.
Além de escritor famoso, também lecionou na Universidade Federal do Rio de Janeiro, realizou traduções do inglês, fundou editoras. Mas, apesar de sua grande importância para a cultura brasileira, Moacir é muito pouco conhecido pelos seus conterrâneos. O visitei bibliotecas de algumas escolas do município e quase nada encontrei deste senhor que tanto amava a sua terra natal, e pasmem, a indiferença de algumas autoridades que indagam e com pose de intelectual: “Quem é ele?”
“Ele é quixadaense, ele é da nossa família, é papaema!” É desta forma que reage o escritor João Eudes Costa ao rechaçar com veemência o fato de alguns biógrafos informarem que o autor de “A Ostra e o Vento”, nasceu em Fortaleza.
Foi no dia 11 de junho de 1927 que este predestinado veio ao mundo. Predestinado sim, pois cedo, conheceu momentos difíceis, tendo perdido os pais ainda bem criança. Chegou a fugir de casa devido a maus tratos recebidos. Para ganhar alguns trocados, escrevia cartas atendendo à pedidos de comerciantes, em trânsito.
Segundo João Eudes, por ter cometido uma má ação em um comércio, adentrou para a Escola Aprendizes Marinheiros, em Fortaleza. Em cada navio que servia, o marujo quixadaense montava uma biblioteca, através de doações, tamanha a sua paixão pela leitura.
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“Maria de Cada porto” deu o início a uma imensa e valiosa produção literária. Merecem ainda destaque: “Chão de Mínimos Amantes”; “Cais, saudade em Pedra”; “O Navio Morto e Outras Tentações do Mar”; “As Fêmeas da Ilha Trindade”, dentre outros, de igual qualidade. Merece ser destacado a grande preocupação de Moacir com o escritor brasileiro, tendo sido presidente do Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro. Publicou obras, enfatizando a dura realidade enfrentada pelos seus colegas. Deu para perceber com este simples texto, a grande importância do escritor para a cultura brasileira? Agora, só falta um maior conhecimento de sua obra por parte de seus conterrâneos quixadaenses.
Que tal, o setor cultural da Terra dos Monólitos adquirir seus livros e alimentar nossas bibliotecas? Que tal filmes baseados em seus livros serem exibidos e discutidos? E nós, que tal fazermos a nossa parte, mostrando aos nossos filhos este escritor que é um nosso irmão “pai d’égua!”? – O autor faleceu em 21 de novembro de 2010.
Você pode conhecer melhor o autor no site www.moacirclopes.com.br
Amadeu Filho
Colaborador da RC
Radialista Profissional
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