A Prefeitura de Quixadá já repassou mais de R$ 5 milhões de reais, desse valor, 22% foram destinados apenas para a manutenção administrativa da Dinamica.
Eliane Lelpo de Assis, responsável pela Dinamica – Cooperativa de Profissionais da Saúde LTDA, gaguejou, enrolou e não explicou o embaraçado contrato entre a sua “cooperativa” com a Prefeitura Municipal de Quixadá. O assessor júrídico da instituição, Jarbas da Silva também esteve presente.
Ela esteve participando da sessão desta quinta-feira, 17, na Câmara Municipal de Quixadá. Bastante nervosa, ouviu desabafos de vereadores da oposição e situação. O vereador Higo Carlos assegurou que tem gente morrendo em virtude da falta de médicos e questionou o valor exorbitante que a prefeitura paga a “cooperativa”. Na visão da vereadora Ivana Magalhães, a forma de como foi repassado por Eliane Lelpo, “a Dinamica não é uma cooperativa”, acrescentando que muitos funcionários da saúde estão passando fome.
Eliane Lelpo de Assis em tom de deboche, disse que a Dinamica não recebia 23% do total que a prefeitura repassa “mas 22%”, em seguida Rosa Buriti disparou: “não vejo diferença”.
O vereador Audênio Morais pediu que fosse feito a quebra do sigilo bancário e telefônico para apurar possíveis desvios. Laércio de Oliveira também disse esse contrato teria que ser cancelado.
Outro assunto abordado foi sobre a contratação do ex-diretor do Hospital Dr. Eudásio Barroso, Michel Ximenes. Segundo Buriti, ele recebia R$ 40 mil reais de plantão, alem de pagar médicos com o seu cheque pessoal. Em resposta, Eliana disse que ele pagava, por sua vez, o valor era repassado aos médicos, e não, diretamente ao ex-diretor, “se os médicos pagavam ao Michel eu não sei”. A representante da “empresa” disse que não sabia informar quantos cooperados da Dinamica estão trabalhando na saúde de Quixadá, alem do mais, não faz fiscalização porque confia nas informações da Secretaria de Saúde.
{module [270]}
A Prefeitura Municipal de Quixadá já repassou mais de R$ 5 milhões de reais, desse valor, 22% foram destinados apenas para a manutenção administrativa da Dinamica, configurando assim, um negócio bastante lucrativo.
Ao ser questionada sobre os benefícios aos “cooperados”, Lelpo disse que oferece apenas cursos profissionalizantes.
Diante da situação, ficou evidente que os Ministérios Públicos Estadual e Federal, alem das Polícias Civil e Federal devem ser acionados para investigar com mais exaustão essa parceria, isso porque, esse dinheiro destinado tem origem dos governos federal e estadual.
Enquanto isso, constantemente faltam médicos e mais profissionais para atender os pacientes da cidade de Quixadá. Lelpo chegou a dizer que era necessário três médicos para a UPA, mas que só tem um, “não senhora, seria dois”, disse Ivana, alem disso, não soube informar a quantidade de médicos de sua cooperativa por cada plantão no Hospital Dr. Eudásio Barroso, “eu não sou diretor da cooperativa, mas é apenas um e, as vezes nenhum”, disse Higo.
Eliane Lelpo informou que os meses de outubro, novembro e março estão atrasados para alguns profissionais da saúde. A gerenciadora da “cooperativa” tentou se fazer de vítima a todo o momento, praticamente colocando pelo desmantelo somente na prefeitura. Por fim, muitos vereadores ainda pediram desculpas pela forma que Eliane Lelpo foi tratada, enquanto ela, não pediu desculpas a população pelas inúmeras vezes que faltam profissionais na saúde de Quixadá.