Hoje, aposentada, Francy dá risadas ao lembrar do tempo que corria de um colégio para o outro, muitas vezes, um distante do outro.
Não se conhece missão maior e mais nobre do que ensinar. É realmente admirável se dedicar a formar futuros cidadãos. Os educadores merecem, com certeza, todas as homenagens que estiverem ao nosso alcance. Quem é que acorda muito cedo, toma o café num gole só, sai às pressas, para sempre chegar na hora certa? Quem é que se dedica com tanto afinco a profissão que resolveu abraçar? Quem é que consome horas pensando no bem estar de seus alunos? O que seria de nós se não existisse o professor? Por tudo isso, terá sempre a nossa gratidão.
Os filhos da Terra dos Monólitos lembram e muito daquela mestra dedicada, que exercia sua tarefa com sacrifício, abnegação e até com coragem, pois ser mestre é enfrentar as adversidades, que se apresentam na rotina escolar. Francisca Gurgel da Costa foi uma dessas guerreiras que, na sua caminhada como educadora, guiou o caminho de muitos jovens quixadaenses. Difícil esquecer a inteligência, a paciência, a dedicação desta mulher. A simples citação de seu nome nos remete ao termo “Educação“. Lecionou em vários colégios, também foi diretora e Secretária de Educação nos governos de José Linhares da Páscoa(1967/1971), mas também colaborando em outras administrações.
Francy, como a chamam os quixadaenses, veio muito jovem para a Quixadá. Fez seus primeiros estudos em sua terra natal, Acopiara. Os pais, Antônio Henrique da Silva e Minervina Gurgel da Silva, percebendo o interesse daquela adolescente pelos estudos, a matriculou em escola do vizinho município de Iguatu. Os pais da jovem optaram por vim morar em Quixadá. Única exigência feita pela Dona Minervina era a de morar perto da igreja, pois assistia missa todos os dias.
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A família fez grande amizade com Padre Clineu que a apresentou ao “Colégio das Irmãs”, seu primeiro local de trabalho. Era o final dos anos 60. Cumprindo fielmente o seu papel de educadora, logo foi requisitada para lecionar em outros estabelecimentos. E aí, aconteceu um fato que mudaria para sempre a sua vida, começando mesmo uma relação de um grande amor, que foi a sua transferência para o Ginásio Valdemar Alcântara. Foram 31 anos dedicados ao seu querido “Colégio do Padre”, onde atuou como professora, vice e diretora.
Lembra do convívio com dona Maria Braga, Angélica Oliveira, Socorro Rodrigues, Nely e tantos outros. Francy teve destacada atuação no Colégio Estadual, sendo uma das responsáveis pela implantação do “Exame de Admissão”, condição para que se pudesse cursar o “Ginasial”. A educadora deu sua contribuição ainda no “José Jucá”, “Municipal”. Merece registro o fato de que estava sempre participando de cursos e lembra, com gratidão, que ficava na casa do senhor Quicas Capistrano, em Fortaleza.
Interessante lembrar que começou lecionando “Inglês”, mas em pouco tempo, abraçou a disciplina que a consagrou, no caso, a rainha das ciências, a temida, mas sempre charmosa “Matemática”. Francy sempre teve a apoiá-la na sua trajetória de educadora, o quixadaense Lairton (casaram no ano de 1964) que sempre incentivou para que ela desempenhasse, à contento, a profissão que tanto amava.
Hoje, aposentada, Francy dá risadas ao lembrar do tempo que corria de um colégio para o outro, muitas vezes, um distante do outro. Se emociona ao se encontrar com uma colega professora ou um ex-aluno. O trabalho desta educadora foi uma verdadeira batalha, sempre visando o crescimento do aluno. Francy merece destaque e reconhecimento da comunidade quixadaense, pois levou muitos filhos desta terra a percorrer os caminhos do saber. Sempre gosta de lembrar as palavras de Nelson Mandela: “A Educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo. Quando verdadeiramente for contada a história de nossa Educação”, o nome de Francisca Gurgel da Costa merecerá um capítulo especial.
–Apoio: Colégio Valdemar Alcântara- Semear o prazer de aprender e conviver- 60 anos educando geração de quixadaenses.
Amadeu Filho
Colunista da RC
Radialista Profissional
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