“Se eu tivesse uma casa na cidade eu ia morar lá, porque sozinho aqui é muito triste, a noite não tem com quem conversar, fico muito triste, mas Deus dá um jeito”.
No meio de tanta tecnologia avançada, um sertanejo de 63 anos de idade, não sabe o que é internet, TV a cabo, facebook. Assistiu televisão pela última vez há mais de 20 anos, até porque vive sozinho em uma caverna na Fazenda Equador, no município de Quixadá, no Sertão Central cearense.
Sem dinheiro para pagar um aluguel, ele montou sua “casa” no meio de várias pedras e produz carvão para sobreviver. Joaquim Nunes Maciel, o “Zé da Mata”, 63 anos, vende uma saca de carvão por apenas R$ 7,00 reais. Sempre muito sujo, o homem não tem condição de comprar roupas novas, muito menos, beber água filtrada e gelada, até porque onde mora não tem energia.
O radialista Everardo Gomes, responsável por descobrir este caso, perguntou como esse brasileiro vive. “Zé da Mata” disse que mora sozinho, “eu não tinha condição de pagar aluguel, pagava um mês e no outro mês não tinha condição”. O homem nunca foi casado e releva que os seus familiares moram em Fortaleza.
Mesmo diante da triste realidade, o sertanejo ainda diz que acha “bom morar no lugar por ser calmo, até porque vivo do meu trabalho, vou a rua comprar umas coisinhas e volto”. O homem da caverna garante que já está acostumado com essa vida e que não tem medo de morar na mata.
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“Quando eu cheguei aqui tinha muitas cobras, mas elas têm medo de mim”. “Zé da Mata” disse que não recebe dinheiro do governo e que “umas moças” até prometeram fazer o cadastro do bolsa família, “comecei a receber, mas falaram que cortaram”.
“Se eu tivesse uma casa na cidade eu ia morar lá, porque sozinho aqui é muito triste, a noite não tem com quem conversar, fico muito triste, mas Deus dá um jeito”, disse e baixou a cabeça emocionado, acrescentando ainda que já ficou doente e quase morreu, “uma vez estava com uma dor no peito e nem podia respirar, fui pra rua na bicicleta bem devagarzinho”.
O sonho do senhor “Zé da Mata” é conseguir uma aposentadoria do INSS, “assim eu arrumava um quartinho na rua [cidade]”. O homem tem toda documentação para dar entrada ao beneficio social do governo federal, mas precisa de ajuda. “Zé da Mata” sofre com dores na coluna.
Para vender o carvão que produz, ele leva em uma bicicleta até a cidade, “levo só três sacos porque pesa demais e já estou quase sem condição, porque dói minha coluna”.
Espera-se que, a assistência social do Município de Quixadá se sensibilize e busque retirar esse idoso dessa realidade.
