Durante todo esse desmantelo, a Câmara Municipal de Quixadá tem se mantido em silêncio.
R$ 3.538.281,97 (três milhões, quinhentos e trinta e oito mil, duzentos e oitenta e um reais e noventa e sete centavos), 64% dos recursos, foram advindos do Governo do Estado, e o restante, entre os governos Federal e Municipal, os mesmos, tinham a finalidade de construir o Pólo de Lazer do Eurípedes, mas, o destino foi traçado para outra finalidade obscura, uma demonstração clara e real, de desvio do dinheiro público. Uma agressão à moralidade pública.
Como em Quixadá, não há fiscalização do Ministério Público, nem da Polícia Federal, com objetivo de colocar ordem, então, desviar, surrupiar, transgredir, se omitir e gozar, foram itens que as administrações mais fizeram nos últimos anos. Para provar, basta ter coragem.
Passar em frente à inacabada obra, que seria um Pólo de Lazer do Eurípedes, localizado no bairro Campo Velho, pode-se tirar a verdadeira conclusão de que o dinheiro público foi desviado escancaradamente. Curiosamente, na Justiça, não há se quer indícios de desvio, até porque não há uma ação, um ofício, um requerimento, uma solicitação dos órgãos que deveriam fiscalizar. Parece que R$ 3.538.281,97 é normal sumir de uma conta de uma prefeitura sem que alguém justifique.
Tudo começou na gestão do ex-prefeito José Ilário Gonçalves Marques, passou Rômulo Nepomuceno Bezerra Carneiro e, na atual gestão, do prefeito João Hudson, o mesmo se quer mandou fazer uma auditoria para constatar ilicitude.
Em 2008, a empresa vencedora, recebeu quase um milhão de reais para concluir a obra, o primeiro cheque de Nº 8500010, emitido em 02/07/2008, no valor de R$ 566.626,82. O segundo cheque de Nº 8500070, emitido em 07/08/2008, no valor de R$ 321.959,48. O dinheiro seria utilizado para construção e reforma das áreas de lazer, da Lagoa do Eurípedes.
Na verdade, a obra iniciou, sem autorização dos órgãos ambientais, sendo interditada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Ao ser interditada, foi à pólvora para que a verba tomasse destino ignorado. Em 2012, o mesmo órgão que interditou, fez a liberação, recebendo decisão favorável da Justiça Federal, por sua vez, quando foram atrás do dinheiro, nada havia restado e sem justificativa.
Durante todo esse desmantelo, a Câmara Municipal de Quixadá tem se mantido em silêncio. Os atuais vereadores estão interessados em discutir problemas de assessorias, com o presidente da Câmara, enquanto se fazem de mudos, surdos e cegos, quando o assunto é corrupção. Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI nunca foi requerida para que os antigos gestores explicassem em qual conta corrente esse dinheiro foi depositado ou transferido.
O assunto jamais será tema daqueles parlamentares, que gostam de aparecer na mídia, dando uma de benfeitor, no máximo, estes, inventarão uma audiência sobre qualquer outro tema.
Uma piscina, que seria construída, se transformou em um grande buraco, acumulando sujeira, caracterizando total descaso com o dinheiro público. A quadra esportiva ficou largada, restando apenas ferrugem.
Para entrar no local abandonado, é preciso coragem, pois fede muito, possivelmente, menos do que a corrupção existente em Quixadá. O local encontra-se em estado de putrefação, semelhante à inercia dos órgãos públicos de combate à imoralidade na administração pública.
Enquanto tudo isso está aos olhos de quem quer enxergar, o bairro Campo Velho recebeu o título, pelas autoridades, como sendo a cracolândia do Sertão Central.
As imagens abaixo podem mostrar um pouco, as autoridades dos gabinetes, o tamanho do rombo desviado.
Enquanto os vestiários abandonados não estão disponíveis para os craques da bola, os usuários de crack dominam a área.
Retrato da transgressão a moralidade aos princípios da administração Pública: