Poucas são as homenagens a essa grande personalidade que levou Quixadá ao desenvolvimento.
Durante mais de 50 anos, filho de Caucaia, o Padre Luís Braga nascido em 06/06/1907, dedicou-se aos quixadaenses, motivo que ainda hoje é considerado como um grande benfeitor do município.
Ainda criança, ingressou no Seminário Arquidiocesano de Fortaleza, ordenando-se padre em 15/08/1931. Assumiu a Paróquia de Quixadá no dia 17/01/1932. Rocha pedia aos fiéis maior entusiasmo ao cantarem o bendito em homenagem a Sagrada Família, na procissão que seguia até o açude Cedro, os adultos pediam o céu como futura morada, os jovens apanhavam as mangas, espalhadas pelo percurso. Fé e diversão conviviam de forma harmoniosa.
Considerado por muitos, como o segundo fundador da Terra dos Monólitos. Exagero? De forma alguma, porque mesmo sem descuidar do seu ‘rebanho’, fez valer o seu dinamismo empreendedor, dotando a cidade de inúmeros benefícios que mudou quase que por completo, a estrutura organizacional. Foi o responsável direto pela construção de um novo templo que tivesse condições de abrigar em suas dependências, um maior número de fiéis e que viria a se tornar a sonhada Catedral.
O novo vigário contou com o apoio das famílias quixadaenses que realizaram muitas promoções para angariar donativos que seriam convertidos em material de construção. A partir daí, as festas do padroeiro Jesus Maria José passaram a acontecer na “Igreja Nova”. Construído o novo templo, iniciou a construção de várias capelas na zona rural. Para que se tornasse um símbolo de fé, mandou construir na pedra do Cruzeiro, uma cruz (hoje, símbolo ofuscado por vários equipamentos de comunicação).
Resolvidos, em parte os problemas da área religiosa, as atenções se voltaram para o social, tendo o Padre logo se dedicado a amenizar o sofrimento das pessoas, devido a grande seca de 32, tendo se empenhado pessoalmente visando conseguir junto às autoridades do Estado, trabalho para socorrer aquela gente tão necessitada.
É extensa a folha de serviços prestados a Terra dos Monólitos pelo Padre Luís: Na área da educação, pode ser citado as fundações do Instituto Sagrado Coração de Jesus, do Ginásio Valdemar Alcântara e a construção do Grupo Adolfo Siqueira; na área da saúde, a construção da Maternidade Jesus Maria e José (1953). Além desses benefícios, tão necessários a uma cidade que crescia a passos largos, instalou o Cine Paroquial para o lazer das famílias.
O cinema se tornou a alegria dos quixadaenses. Só não eram permitidas cenas com algum molho de romance. Na tela, não aparecia o beijo dos mocinhos, mas a mão do vigilante Padre.
Homem de grande visão, intervinha na vida econômica da cidade. Conseguiu junto as autoridades a construção da “Estrada do Algodão”, tão necessária para o transporte das riquezas, com destaque maior para o algodão ( o tão decantado ouro branco). Se tornou, com méritos, uma autoridade da Igreja, chegando a receber o título de “Monsenhor”. Era tratado pelo povo que o amava, como “Padre Luís”.
Afastou-se da Paróquia em 30/04/1967, foi o diretor da Maternidade Jesus Maria José até ser chamado por Deus para outras missões em 26/12/1985. Se faz necessário afirmar que em todas as suas grandes realizações, o querido sacerdote contou com o apoio total dos filhos da Terra dos Monólitos.
Não há dúvida, Padre Luís Braga Rocha foi um dos “construtores de Quixadá”. Foi também responsável pela construção do açude de Choró. Apenas Ibaretama tem uma homenagem em seu nome, trata-se de uma escola.
*As fotos que ilustram esta matéria foram gentilmente cedidas pela equipe do “Museu Jacinto de Sousa”.
Acessando o blog Amadeu Filho você terá a oportunidade de conhecer mais histórias de Quixadá.
Amadeu Filho
Colunista da RC
Radialista Profissional
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