Coluna Amadeu Filho: Almeidinha, um quixadaense que participava de velórios

compartilhar no:

almeidinhaNão temos nenhuma duvida que Almeidinha era uma estrela e que permanece viva entre nós.

A cidade de Quixadá, no Sertão Central cearense, cresceu acentuadamente nos últimos anos, o seu panorama urbanístico, o ritmo das atividades comerciais e a presença de um grande número de pessoas, ocupando diariamente os espaços urbanos, fez desaparecer em parte, as pessoas que se diferenciavam das demais pelas suas singularidades ou seu modo de viver em relação à maioria das pessoas.

Na verdade, foram símbolos de uma época.  Aquele ‘velho’ Quixadá que permitia um contato quase familiar entre as pessoas foi substituído por um espaço onde predomina uma massa de anônimos provocando um distanciamento entre as pessoas.  É possível ainda encontrar essas figuras únicas, mas atualmente elas estão bem menos presentes na Terra dos Monólitos.

Uma dessas figuras que fazia a diferença era Francisco Almeida da Silva, o queridíssimo “Almeidinha”, nasceu no dia 24 de outubro de 1963, em Lagoa dos Cavalos, distrito de Laranjeiras, no atual município de Banabuiú. Seus pais, Manoel Barbosa da Silva e Maria Elina de Oliveira Silva (falecida). Seus irmãos, Antonieta, Irene, Antônia e Francisco de Assis. Ele chamou a atenção de toda a comunidade pelo fato de acompanhar enterros de pessoas que se quer conhecia, não importando a distância se tomasse conhecimento que teria um velório ele seguiram em direção.

Almeidinha ficava sabendo dos falecimentos ouvindo os programas de rádio. Por mais que sua mãe, a costureira Maria Elina tentasse evitar, ele acompanhava, fosse aonde fosse. Uma de suas irmãs nos relevou que, ele foi participar de enterro em muitas até Fortaleza. Argumentava que eram seus amigos e não podia faltar.

Outro fato marcante na vida de Almeidinha e que permitiu sua morada no coração dos quixadaenses, foi o fato, por ocasião do aniversário das pessoas, ele comparecia na casa ou no trabalho do aniversariante para desejar com todo carinho, um feliz aniversário. Da para imaginar, como ficava imensamente feliz aquela pessoa cumprimentada por ele. Interessante e que, muitas vezes, era o próprio Almeidinha quem recebia presentes.

Almeidinha faleceu em 27 de novembro de 1994, quando estava caminhando para um velório, na localidade de Oiticica. Foi atropelado por um veiculo, em alta velocidade e não foi socorrido pelo motorista.

Com certeza, os tempos mudaram e os tipos populares que eram a alma das ruas, segundo a professora Ana Maria com sua ausência, tornaram a cidade menos humana.  Dentre esses seres especiais, ele destacou-se bastante, provocando fascínio e conquistando toda uma cidade, pela forma carinhosa como convivia com as pessoas, tornando-se até um símbolo da cidade, atraindo a atenção de todas as classes sociais.

Almeidinha não foi apenas um tipo popular de nossa cidade, mas um amigo de todos. Falam que há pessoas cometas e pessoas estrelas. As cometas logo desaparecem, são apagadas da mente, pois não viveram para fazer o bem. Não temos nenhuma duvida que Almeidinha era uma estrela e que permanece viva entre nós.

Acessando o blog Amadeu Filho você terá a oportunidade de conhecer mais histórias de Quixadá.

Amadeu Filho
Colunista da RC
Radialista Profissional
Acesse também o blog Amadeu Filho

 

Escreva algo