Promotor de Justiça lamentou o estrago causado pelos criminosos no âmbito social.
“Para toda e qualquer ação contra uma autoridade que representa o Estado nós vamos agir fortemente e de maneira triplicada. O Estado nunca vai perecer diante do crime”. Foi com estas palavras que o promotor de Justiça integrante do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Manoel Epaminondas, definiu a importância da união entre as forças policiais e o Ministério Público em resposta às práticas criminosas do narcotráfico, especificamente no Sertão Central do Ceará.
Além de Manoel Epaminondas, também se pronunciaram durante entrevista coletiva no auditório da Procuradoria Geral de Justiça (PGJ), o delegado da Delegacia de Narcóticos (DENARC), Pedro Viana, o delegado titular de Pedra Branca, Carlos Teófilo, o coronel da Coordenadoria de Planejamento Operacional (Copol) de Segurança Pública, Carlos Ribeiro, e o promotor de Justiça da comarca de Pedra Branca João Pereira Filho.
Depois de três meses de investigações dos serviços de inteligência do Gaeco e da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), a operação foi desencadeada, na madrugada de quinta-feira (08/11), nos municípios de Pedra Branca, Boa Viagem, Independência e Quixeramobim. A ação culminou na prisão de 28 pessoas. As investigações concluíram que Geovane Pereira de Sousa, que está preso na Casa de Privação Provisória de Liberdade II (CPPL II), em Itaitinga, desde 2007 pelo sequestro de uma empresária, chefiava o tráfico de drogas em Pedra Branca e comandava assaltos e execuções de dentro da cadeia, através de telefone celular.
Geovane de Sousa também é o principal acusado de ser o mandante de um atentado à residência oficial do promotor de Justiça da comarca de Pedra Branca, João Pereira Filho, no dia 26 de julho, como forma de intimidá-lo. “Graças às investigações, conseguimos fazer a ligação entre Geovane e todos os crimes”, disse o promotor Manoel Epaminondas. Apesar disso, quatro pessoas continuam foragidas.
A operação objetivou a interrupção de atividades criminosas, mostrando à sociedade que ela não está desprotegida, e que o poder público não pode sofrer intimidações. Além do combate ao tráfico, às ações do Ministério Público e das instituições de segurança pública sequestraram bens móveis e imóveis, bloquearam contas bancárias e apreenderam armas, veículos, aparelhos de telefone celular.
Para Epaminondas, o setor econômico do crime organizado também tem que ser atingido. “Os recursos ilícitos destas quadrilhas devem retornar ao poder público e servir à coletividade”, entende. O coronel Carlos Teófilo parabenizou a operação e disse que ações como esta servem de “exemplo nacional.”
O promotor de Justiça João Filho observou que a experiência que desmantelou a quadrilha de narcotraficantes foi uma oportunidade às autoridades locais de conhecer como ocorre a estrutura do crime organizado. Ele lamentou o estrago causado pelos criminosos no âmbito social, em que crianças, adolescentes e parentes são cooptados e corrompidos, passando a trabalhar para marginais em troca de dinheiro e de uma falsa ideia de sucesso do delinquente. Por isso, ele frisou a importância da prevenção nas escolas, além do trabalho de repressão ao tráfico nas ruas.