Todo esse processo de conquista do poder politico acontece bem longe do povo.
Temos acompanhado nos últimos meses a enxurrada de denuncias contra políticos em quase todos os setores das administrações publicas de nossa imensa nação. São políticos acostumados com o poder, acostumados com as benesses dos pomposos cargos e salários e que se desviam de seu verdadeiro papel em defender os interesses da população, construindo alicerces de favorecimento pessoal na manutenção das regalias administrativas e contra a alternância de poder.
A grande maioria das prefeituras de nosso Brasil, verdadeiras quadrilhas especializadas em fraudar o erário se perpetuam no poder, são políticos profissionais, populistas, que conseguem enganar, manipular, colocar “testas de ferro” em cargos estratégicos conseguem da população atenção diferenciada, são articulados e possuem discursos direcionados para a população menos esclarecida, base para eleições e reeleições sucessivas.
Todo esse processo de conquista do poder politico acontece bem longe do povo, geralmente em gabinetes fechados, em negociatas e acordos espúrios, trocas de favores, cargos, governança e até recompensa financeira. De certo, todas essas negociações visam à tomada ou a manutenção do poder, geralmente para favorecer a interesses de grupos, pessoas e partidos, mas nunca conta com a participação da população que é apenas envolvida no jogo sórdido da manipulação de campanha.
Não obstante ao quadro de total descaso dos poderes constituídos que não conseguem barrar políticos corruptos e corruptores. Temos que conviver com os chamados políticos “Fichas Sujas”, que ironizam a frágil ação do judiciário brasileiro na delicada situação vexatória da maioria das administrações publica de nosso país, principalmente as prefeituras que estão completamente sucateados, endividadas e desprovidas de zelo dos administradores que controlam o escasso dinheiro do contribuinte que é desviado das suas verdadeiras finalidades.
Esses recursos que deveriam melhorar a vida da população em serviços essenciais como saúde,, educação básica de qualidade, moradia, melhor infraestrutura de ruas e avenidas, áreas de lazer, transporte urbano entre outros serviços, são substituídos por hospitais sucateados, atendimento de emergência ineficiente, dificuldades de marcação de exames emergenciais, educação falida, ruas esburacadas, áreas de lazer abandonadas e serviços administrativos de péssima qualidade.
A necessidade de melhorias pela falta de zelo com o escasso dinheiro público faz renascer esperanças de mudanças, mas o aparelhamento das instituições públicas que estão sob domínio de grupos especializados na perpetuação do poder, direcionam recursos próximos da eleição para amenizar as necessidades de algumas comunidades, de maneira paliativa e controlada, não atendendo a todas as regiões e sim de acordo com as conveniências das lideranças que se engajam na campanha dos políticos profissionais.
Mesmo aqueles políticos que estão entrando no processo eleitoral com a melhor das intenções, são sumariamente pressionados a mudanças nas atitudes administrativas. As pressões começam muito cedo, as facilidades e os atalhos que acabam por corromper também esses novos políticos. Nem sempre os candidatos são corruptos, mas depois de eleitos, o sistema está pronto para corrompê-los.
O que vemos hoje no Brasil não são os melhores candidatos sendo eleitos, mas sim os mais articulados e/ou mais poderosos economicamente. Infelizmente, o retrato da maioria das administrações publicas de nosso país é viciada e não precisaremos ir longe para enxergar o tamanho descaso. Vejamos nossa casa, nossa cidade, onde se noticia quase todos os dias obras paralisadas, acordos imorais, cargos de confiança ocupados por “testas de ferro”, desvios de conduta, improbidade administrativa, vereadores que barram CPIs com indícios graves de superfaturamento em obras, sumiço de ciclovia, apadrinhamentos, buracos e ruas sem pavimentação, hospital sucateado e sem medicamentos, áreas de lazer abandonadas entre outros absurdos.
Mas as eleições estão se aproximando, políticos que se esconderam durante a campanha pró-hospital regional para Quixadá já estão visitando as comunidades com as mais absurdas desculpas, os eleitores serão mais uma vez iludidos com promessas eleitoreiras e os simpatizantes tomados pela euforia de militância promoveram mais uma vez os velhos jargões de “tome remédio”, “é muita sola”, “bicudos”, bacural”, “é sola muita”, “é 13 de novo”, “é 45 anos de peia”, pobres incautos que não entendem que essas baixarias deixaram a cidade de Quixadá mergulhadas num caos absoluto, tomadas por piadas de mau gosto como a cidade que teve dois prefeitos, a cidade do queijo suíço por conta dos buracos entre outras humilhações.
Fabio de Oliveira
Colunista
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