“A competência linguística é capital simbólico no campo da política e um fator preponderante na manutenção do poder dos profissionais desta área”.
Estive atentamente ligado no ultimo sábado (24), na FM Central escutando o Programa Censura Livre que teve como convidado especial o ex-prefeito de Quixadá, Ilário Marques. Mesmo respondendo as perguntas sobre possíveis denuncias de irregularidades de sua antiga gestão, algumas considerações desafiam a inteligência de boa parte da população que não entende como se pode separar o governo petista atual e do próprio ex-prefeito que teve participação direta na eleição, na condução de escolhas de secretarias e na elaboração do plano administrativo do município tendo ele ficado a frente inclusive como Procurador do Município de Quixadá.
Não quero aqui me ater nem aos problemas que envolvem suas últimas administrações que supostamente deixou obras inacabadas e com suspeitas de desvios públicos, Ilário foi contundente no preparado discurso que trouxe com esclarecimentos que serão interpelados e comparados nas instâncias de investigação do Ministério Público, TCM e Procap que dirão se é verdade ou um plano dissimulado de convencimento popular. Vamos fugir um pouco dessas informações que são limitadas pela falta de transparência e vamos nos reportar a fatos contraditórios de sua fala na entrevista.
Ilário lavou as mãos para uma administração que foi implantada por ele, fez criticas indiretas, com cuidado é claro, mas as fez como se nada tivesse contribuído com a condição na eleição do inexperiente prefeito Rômulo Carneiro ao comando da maior cidade do Sertão Central. Isso é desafiar a inteligência das pessoas, Ilário é a maior expressão do partido dos trabalhadores local e regional, conduziu pessoalmente as negociações que definiram secretários e o comando de cada pasta para assegurar governabilidade, fez parte diretamente da administração atual sendo convidado para assumir o cargo de Procurador do Município e manteve inclusive pessoas chaves (testas de ferro) em pastas importantes que é negada categoricamente pelo ex-prefeito, mas é assim mesmo tem gente que acredita no que quer até mesmo em Papai Noel.
Sem desmerecer sua capacidade politica das palavras, “a competência linguística é capital simbólico no campo da política e um fator preponderante na manutenção do poder dos profissionais desta área”, a mesma retórica dos políticos acostumados com as benesses do poder, “buscam manter ou conquistar o poder e não se preocupa em criar uma consciência de si mesmo, e muito menos do mundo que o cerca. Determinado a realizar suas ideias, constrói sua verdade e faz com que o mundo se apresente de maneira particular”.
Pasmem amigos leitores, sem compreender o limite das pessoas em discernir o racional e o logico, tenta numa ação covarde culpar todos os desmandos administrativos de Quixadá ao atual gestor Rômulo Carneiro, e, como se não bastassem a sua maneira tosca de monopolizar as discussões para si, tenta se colocar como vítima do insucesso da conquista do Hospital Regional do Sertão Central, relatando que não foi convidado e que não podia representar o município nas esferas do governo.
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Agora pergunto como fiz em outra oportunidade aqui na coluna Politica & Ação. Você é convidado para ir a um enterro ou velório? E na pior das hipóteses, acreditando que seu prestigio politico esteja em baixa, o que o impede de vir a Quixadá mobilizar a sociedade quixadaense para junto com você Ilário, puxar uma discussão que envolvesse militantes, simpatizantes, políticos e população em geral para que os critérios do governador fossem contestados? Cadê a mobilização Ilário? Cadê sua esposa que representa Quixadá na assembleia? Isso é omissão e Quixadá pagou caro com a perda do hospital que Quixeramobim.
É claro que esse assunto mais do que esgotado não é omissão só de sua pessoa ou de sua esposa deputada, mas de todos aqueles que dizem representar nossa Quixadá e se esconde no momento em que mais se precisou desses políticos inescrupulosos que tiram licença em hora errada ou hora certa, sei lá! Para defender interesses que não são da população quixadaense e sim interesses meramente pessoais, deixar de defender a cidade para se dedicar a time de futebol é dose!
No frigir dos ovos, na derrocada da ética na politica, “os fins justificam os meios”, pensamento de Maquiavel no livro O príncipe, berço de muitos políticos corruptíveis, sobra o que há de mais maléfico para a democracia atual, que é ruim ainda é absorvido como bom, o que todas acreditam ser a esperança, nada mais é do que o retrocesso do que mais se abominou nas ditaduras do coronelismo, a mesmice do que já conhecemos, nada de novo só o coronel vestido de democrata.
“A verossimilhança, mascarada pela sátira, fez com que discursos políticos desconstruíssem a realidade e construíssem e reconstruíssem suas próprias determinações, alheias as reais condições do povo, e o que a grande maioria ainda não entende é que nós detemos o poder”.
Fabio de Oliveira
Colunista
As opiniões aqui expressas não necessariamente coincidem com a da Revista Central
