O município de Barroquinha passou a integrar na última semana a lista de cidades cearenses que aguardam eleições suplementares. O Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) confirmou, em segunda instância, a cassação do prefeito Jaime Veras (PDT), ao negar os embargos de declaração apresentados pela defesa.
Com o julgamento, já chega a quatro os municípios do Ceará que podem voltar às urnas antes do pleito regular de 2026. Além de Barroquinha, também estão nessa condição Santa Quitéria, Potiretama e Senador Sá.
Em todos os casos, as cassações têm origem em ilícitos cometidos durante as eleições de 2024.
A legislação prevê que, após a publicação do acórdão, o prefeito cassado seja afastado do cargo e a administração municipal passe a ser conduzida interinamente pelo presidente da Câmara de Vereadores até a escolha de um novo gestor pelo voto direto. Entretanto, até o momento, o calendário das eleições suplementares ainda não foi definido pelo TRE-CE.
A situação prolonga um cenário de instabilidade nas administrações locais. Em Santa Quitéria, por exemplo, o prefeito cassado Braguinha (PSB) foi condenado por envolvimento com organização criminosa, mas o município segue sob comando interino de seu filho, Joel Barroso, sem que a nova eleição tenha sido marcada.
Em Potiretama, o prefeito Luan Dantas (MDB) está preso e teve o mandato cassado, mas segue formalmente no cargo à espera de novos julgamentos. Já em Senador Sá, o prefeito Bel Júnior (PP) também foi cassado, mas conseguiu liminar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e reassumiu o posto, levando à suspensão do pleito suplementar.
Com quatro cidades nessa condição a menos de um ano da eleição geral, a Justiça Eleitoral enfrenta o desafio de definir quando e como realizar os novos pleitos, enquanto a população permanece sem o direito de escolher, de forma definitiva, seus representantes municipais.