Na madrugada da última terça-feira (28), uma grande ofensiva policial montada pelo governo do Rio de Janeiro nos complexos da Complexo do Alemão e da Complexo da Penha deixou ao menos 132 mortos, segundo atualização feita nesta quarta-feira (29) pela Defensoria Pública do Estado.
A operação, batizada de Operação Contenção, mobilizou cerca de 2.500 agentes, com helicópteros, drones e blindados, e tinha como alvo principal a facção Comando Vermelho. O primeiro balanço oficial divulgado havia indicado 64 mortes (60 suspeitos e quatro policiais) e 81 prisões.
Entretanto, moradores da região e equipes independentes encontraram dezenas de corpos em áreas de mata e nos arredores das favelas, que não haviam sido contabilizados nos relatórios iniciais das forças de segurança. Esse achado elevou a contagem oficial para o novo patamar.
O episódio provocou forte repercussão política e nas organizações de direitos humanos — que exigem investigação independente frente ao risco de execuções extrajudiciais e atuação desproporcional. O governo estadual, por sua vez, defende que a operação foi essencial para “recuperar o controle territorial” e enfrentou críticas pelo elevado número de vítimas. A rotina escolar e de transporte foi fortemente impactada: vias principais foram bloqueadas por barricadas, escolas suspenderam aulas, e o clima de tensão se espalhou pela zona norte.
O novo balanço eleva o que já era considerado o episódio de maior letalidade entre operações policiais no estado — superando casos anteriores e reacendendo debate sobre o modelo de segurança pública adotado para as favelas do Rio de Janeiro.
