Quatro pessoas foram presas em flagrante na tarde deste domingo (3), durante a aplicação do concurso público para o cargo de Oficial Investigador de Polícia (OIP) da Polícia Civil do Ceará, em Fortaleza. Os suspeitos foram identificados como Robson Leite Sampaio (médico), Raphaely Leandro da Fonseca (enfermeira), Cícero Leandro dos Santos Belém (advogado) e Jaime de Mendonça e Silva Neto (autônomo).
De acordo com a Polícia Civil, o grupo tentava fraudar a prova utilizando ponto eletrônico, chips e celulares. Com os presos foram apreendidos diversos equipamentos, incluindo um receptor de sinal escondido em sacolas e aparelhos conectados a aplicativos de mensagens durante a aplicação da prova.
Jaime de Mendonça foi o primeiro a ser identificado, após uma denúncia anônima indicar sua tentativa de fraude. Ele foi abordado na Universidade Estadual do Ceará (Uece), onde fiscais encontraram dois celulares em sua posse e o lacre do saco de pertences violado.
Pouco depois, Raphaely Fonseca foi retirada da sala de prova no IFCE, no bairro Benfica, e levada ao banheiro, onde foi encontrado um dispositivo eletrônico escondido em meio a alimentos. Na delegacia, um ponto eletrônico foi identificado em seu ouvido com o uso de lanterna e retirado na Perícia Forense.
Na Universidade Federal do Ceará (UFC), Cícero Belém foi flagrado após fiscais ouvirem um som incomum próximo à sua cadeira. Ao fim da prova, um chip quebrado foi encontrado ao lado da carteira e um papel com número de Pix foi apreendido. Durante o interrogatório, o advogado confessou que pretendia enviar fotos de questões da prova e receber as respostas em troca de pagamento.
Já o médico Robson Leite Sampaio foi encontrado dentro de uma caminhonete nas proximidades do Complexo de Delegacias Especializadas (Code). Apesar de negar envolvimento, a polícia confirmou que ele era amigo de Jaime nas redes sociais, e que o número de Pix encontrado com o advogado pertencia a ele. Robson também foi identificado como o autor de ligações para o celular de Cícero, mesmo após a prisão.
Os quatro foram levados à Delegacia de Defraudações e Falsificações e autuados por tentativa de crime contra a fé pública. A polícia solicitou à Justiça a quebra do sigilo dos aparelhos celulares dos envolvidos para dar continuidade às investigações.