Na última sexta-feira, 5, o engenheiro-agrônomo de 31 anos, Raimundo Valdizio Daniel Lima, finalmente deixou a Unidade Prisional de Quixadá, retornando ao convívio da família e aos afazeres cotidianos, após mais de um mês detido sob acusação de envolvimento com uma facção criminosa no Ceará .
Natural de Baturité, Valdizio foi preso em 24 de julho, sob a suspeita de integrar uma organização criminosa. No entanto, familiares afirmam que a prisão foi um grave equívoco motivado por uma confusão relacionada a um número de celular descartado em um grupo de WhatsApp vinculado à facção. A família sustenta que o aparelho nunca lhe pertenceu, embora no processo conste que o nome associado à linha era “Lima”, e que o IP logado na rede Wi-Fi, registrado em seu nome, teria contribuído para o equívoco .
A sobrinha do engenheiro, Jeane Lima, destacou que os agentes civis não apreenderam nenhum dispositivo eletrônico do seu tio para perícia, o que reforça, segundo ela, a tese de erro judicial: “ele não tem nem perfil para ser confundido com criminoso” .
Valdizio ainda desenvolvia atividades profissionais durante sua prisão: atua como engenheiro-agrônomo em uma empresa localizada no Crato e cursa mestrado na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). A sobrinha o caracteriza como “pessoa honesta e trabalhadora” .
A movimentação em favor do seu habeas corpus ganhou força com a atuação da Defensoria Pública do Estado do Ceará. O defensor público Emerson Castelo Branco acompanhou de perto o desenrolar do caso e compartilhou nas redes sociais sua satisfação com a decisão judicial: “Hoje, brilha no céu a Justiça” .
A campanha familiar envolveu amigos e parentes, que celebraram a libertação com emoção ao lado do engenheiro, reafirmando confiança na justiça e alívio pelo retorno à normalidade.
