A deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) segue detida em Israel e pode ter seu processo de deportação iniciado nos próximos dias, após a conclusão das audiências judiciais referentes ao grupo de brasileiros que integravam uma flotilha humanitária interceptada por forças israelenses. A parlamentar está presa na penitenciária de Ketziot, no deserto de Negev, onde aguarda a decisão final das autoridades locais sobre sua situação.
De acordo com informações divulgadas por veículos nacionais e pela equipe da deputada, o governo israelense concluiu as audiências que antecedem a formalização da deportação. No entanto, Luizianne se recusou a assinar o documento de “deportação acelerada” oferecido pelo país, considerado por sua defesa como um termo abusivo e que implicaria o reconhecimento de ilegalidade em sua atuação. A decisão da parlamentar foi tomada em solidariedade a outros integrantes da flotilha que também rejeitaram o acordo.
O gabinete da deputada e entidades de direitos humanos denunciam que o grupo enfrenta restrições de água, alimentos e medicamentos, além de condições precárias de comunicação. Luizianne estaria incomunicável com familiares e assessores há mais de 40 horas, segundo sua equipe. Apesar das dificuldades, a parlamentar reafirmou sua postura política, defendendo que a missão humanitária em que participava buscava denunciar violações de direitos humanos na Faixa de Gaza.
O Itamaraty acompanha o caso e já manifestou preocupação com a situação dos brasileiros detidos, cobrando das autoridades israelenses acesso consular imediato e respeito ao devido processo legal. O governo brasileiro considera que a abordagem da flotilha, ocorrida em águas internacionais, pode configurar violação do direito internacional.
Parlamentares de diferentes partidos têm se mobilizado para pressionar o governo brasileiro a agir com mais firmeza diante do episódio. Alguns deputados e senadores pedem a convocação do embaixador de Israel no Brasil e até a revisão de acordos bilaterais, caso os detidos não sejam liberados em breve. Movimentos sociais e organizações de defesa dos direitos humanos também realizam atos em solidariedade à deputada, exigindo sua libertação e o retorno seguro dos brasileiros ao país.
Até o momento, não há data confirmada para a deportação nem detalhes sobre as condições de repatriação. O caso segue sob acompanhamento diplomático e é considerado delicado pelo Ministério das Relações Exteriores, que tenta equilibrar a resposta política com as negociações diretas junto ao governo israelense.
