Quixadá: O professor Rayanderson Saraiva de Souza, coordenador do curso de Engenharia Civil do IFCE campus Quixadá, obteve a patente de um novo tipo de argamassa feito a partir de resíduos industriais e agrícolas, reconhecida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
O novo composto químico é considerado mais ecológico e foi desenvolvido por Rayanderson a partir da sua dissertação de mestrado. A argamassa patenteada pelo professor é feita a partir do resíduo da scheelita, mineral encontrado no Seridó (RN), e a manipueira, líquido gerado no processamento da mandioca. O processo substitui e reduz o uso de areia e água potável.
De acordo com o IFCE Campus Quixadá, a material propõe uma alternativa sustentável à construção civil ao unir ciência, inovação e economia circular.
Ensaios laboratoriais demonstraram que o novo composto apresenta resistência comparável ao de argamassas convencionais. O material seria indicado para assentamento, reboco e revestimentos, com vantagem adicional de menor absorção de umidade e maior durabilidade.
Além do ganho técnico, a invenção contribui para o destino correto de resíduos tóxicos, reduz custos de produção e favorece o desenvolvimento regional sustentável. “A pesquisa mostrou que é possível produzir um material eficiente, ambientalmente responsável e economicamente acessível, aproveitando o que antes era descartado”, afirmou o professor Rayanderson.
O projeto foi desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da UFRN, sob orientação do professor Wilson Acchar e coorientação de Vamberto Monteiro da Silva (IFPB), com participação da pesquisadora Janaína Anne Mota Melo. Um protótipo em escala reduzida comprovou a viabilidade técnica e econômica da nova argamassa, apontando o Ceará como referência em inovação sustentável na engenharia civil.
