Descaso: Mulher de 23 anos de Solonópole recebe diagnóstico errado e morre de influenza A H1N1

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Foto: Agência Brasil

Região Central: O descaso com a saúde pública de Solonópole causou a morte de uma mulher, mas a gestão tentou abafar o caso, quando não tinha mais jeito, resolveu publicar uma nota tentando transmitir o que não teria feito. A vítima sido diagnosticada como se estivesse com nasofaringite agudo, ou seja, exame errado.

A Secretaria de Saúde de Solonópole confirmou a primeira morte da influenza A H1N1, a vítima Maria Karlomena de Souza, 23 anos, morreu no dia 07 de abril, mas não foi submetida aos exames correto. Já em estado avançado, a paciente voltou àquela unidade de saúde e foi imediatamente transferida a Unidade de Pronto Atendimento-UPA de Quixadá, mas nada mais poderia ser feito.

A justificativa da Secretaria de Solonópole foi a mais ridícula, atribuiu que as autoridades do Estado não teriam alertado sobre a doença. “Vale ressaltar que este caso de Influenza A/H1H1, ocorrido nesta regional de saúde, pegou todas as autoridades sanitárias de surpresa, já que não havia alerta de circulação de vírus no Sertão Central”, diz uma nota.

A morte aconteceu no dia 07, mas somente 13 dias depois foi que a Secretaria de Saúde de Solonópole resolveu alertar a população. No momento, está ocorrendo campanha de vacinação no município.

Se a mulher tivesse recebido o diagnostico correto, possivelmente a mulher não tinha morrido.

Secretaria Estadual

O Ceará tem oito casos confirmados de influenza em 2018, até a semana epidemiológica 15, encerrada em 14 de abril. São sete casos confirmados de influenza A H1N1 e um de influenza B. Três casos evoluíram para óbito, todos de influenza A H1N1.

A Nota Técnica informa a ocorrência dos casos de Síndrome Gripal (SG) e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por influenza e orienta quanto à importância da notificação de casos para que sejam implementadas medidas de prevenção e controle, a fim de reduzir formas graves e óbitos pela doença.

A influenza é causada por uma infecção viral aguda do sistema respiratório, de elevada transmissibilidade e distribuição global. Uma pessoa pode contraí-la várias vezes ao longo da vida e, em geral, tem evolução autolimitada. Porém, em alguns casos, pode evoluir para uma forma grave. Os vírus influenza são transmitidos facilmente por pessoas infectadas ao tossir ou espirrar. Existem três tipos de vírus influenza: A, B e C. O tipo C causa apenas infecções respiratórias brandas, não possui impacto na saúde pública, não estando relacionada com epidemias. O vírus influenza A e B são responsáveis por epidemias sazonais, sendo o vírus influenza A responsável pelas grandes pandemias.

São considerados condições e fatores de risco para a forma grave da doença mulheres grávidas em qualquer idade gestacional, puérperas até duas semanas após o parto (incluindo as que tiveram aborto ou perda fetal); idosos a partir de 60 anos, crianças menores de 2 anos, população indígena aldeada, menores de 19 anos de idade em uso prolongado de ácido acetilsalicílico, pessoas com pneumopatias (incluindo asma), cardiovasculopatias (excluindo hipertensão arterial sistêmica), nefropatias, hepatopatias, doenças hematológicas (incluindo anemia falciforme), imunossupressão associada a medicamentos, neoplasias, HIV/Aids e obesidade.

Além dos cuidados individuais para evitar a síndrome gripal, a vacinação uma das medidas mais efetivas para a prevenção da influenza grave e de suas complicações. Desta maneira, com o propósito de reduzir internações, complicações e mortes, em 1999, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) incorporou a estratégia de vacinação contra a influenza para a população brasileira. Em 2018, a 20ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza acontecerá de 23 de abril a 1º de junho em todo o país.